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PF indicia Lula e Marisa no inquérito do tríplex no Guarujá

Por Agência O Globo

26/08/2016 13h26 — em
Brasil



SÃO PAULO - A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a mulher dele, Marisa Letícia, no inquérito que investiga o tríplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista. Além do casal, foram indiciados Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Gordilho, diretor da empreiteira, e Paulo Okamoto, do Instituto Lula. Investigadores afirmam que Lula teria recebido vantagens da OAS, uma das empreiteiras do cartel da Petrobras, por meio de obras feitas no apartamento do Guarujá, que seria dele, e com o pagamento de R$ 1,3 milhão para armazenagem do acervo presidencial pela empresa Granero.

Lula foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Marisa Letícia, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É primeira vez que Lula é formalmente indiciado pela força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. O ex-presidente já havia sido alvo de indiciamento em Brasília, no inquérito que apura uma suposta obstrução à justiça. O Ministério Público Federal pediu 90 dias para oferecer denúncia no caso. Lula é alvo de pelo menos mais duas investigações na Lava-Jato que apuram a compra e reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, e os pagamentos feitos por empreiteiras à LILS, empresa de palestras do ex-presidente.

No cartório de registro de imóveis, o tríplex está em nome da OAS. A Polícia Federal afirma em relatório, no entanto, que não resta dúvida que o tríplex pertence ao ex-presidente e que ele foi beneficiário das melhorias feitas pela empreiteira no imóvel, que somaram R$ 1,116 milhão. O imóvel foi avaliado entre R$ 1,035 milhão e R$ 1,372 milhão.

A PF descobriu que Fernando Bittar, que aparece como um dos sócios do sítio de Atibaia, também recebeu da OAS informações sobre o tríplex do Guarujá. Num notebook de Bittar apreendido pela Lava-Jato, foi descoberto um email no qual Paulo Gordilho encaminha a ele um email com plantas do edifício Solaris e da reforma do apartamento, como a colocação de um elevador. Em depoimento à Polícia Federal, Bittar havia dito que não tinha qualquer relação com o imóvel do Guarujá.

Nos emails encaminhados por Gordilho, Bittar foi identificado como o responsável por apresentar os projetos dos móveis planejados do sítio à "dama", identificada pela PF como Marisa Letícia. "Nesse cenário, seria razoável até que Fernando Bittar recebesse as plantas do sítio em Atibaia mas não se justifica que mesmo tenha recebido plantas de um imóvel ao qual assevera não possuir qualquer relação.

A PF se baseou ainda em mensagens no qual o diretor da OAS afirma que o projeto projeto da cozinha do "chefe" está pronto, referindo-se à cozinha do sítio de Atibaia, e Léo Pinheiro questiona se o projeto de Guarujá também esta pronto, "referência clara existência de outro projeto de cozinha para imóvel localizado no Guarujá".

As reformas no apartamento foram pagas pela OAS, que, segundo a PF, chegou a abrir um centro de custos específico em sua contabilidade para controlar as despesas, apelidado de "zeca pagodinho", com gastos com "sítio" e "praia". " (..) no contexto das mensagens, indicam claramente referência ao sítio em Atibaia e ao tríplex no Guarujá", diz o documento.

O apartamento no Guarujá foi avaliado entre R$ 1.035.941,21 R$ 1.372.440,62.

Corrupção passiva:

1) recebeu vantagem indevida por parte de José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro) e Paulo Gordilho através de reformas no tríplex nos valores totais R$ 1,1 milhão;

2) recebeu vantagem indevida de Leo pinheiro através do armazenamento do acervo presidencial junto à transportadora Granero no valor de R$ 1,3 milhão

. Falsidade Ideológica:

1) atuou na celebração de contrato de prestação de serviços de armazenamento ideologicamente falso com a transportadora Granero para armazenamento do acero presidencial;

. Lavagem de capitais:

1) dissimulou o recebimento de vantagens ilícitas através das obras do tríplex no valor de R$ 1,1 milhão;

2) dissimulou o recebimento de capitais através do falso contrato de prestação de serviços de armazenamento junto à Granero, no valor de R$ 1,3 milhão, referente a serviços prestados ao Instituto Lula;

 

. corrupção passiva

1) recebeu vantagens indevidas por parte de José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro) e Paulo Gordilho através de reformas no tríplex nos valores totais R$ 1,1 milhão

. lavagem de capitais

1) dissimulou o recebimento de vantagens ilícitas através das obras do tríplex, no valor de R$ 1,1 milhão

 

. Corrupção ativa

1) efetuou o pagamento de vantagem indevida através das reformas do tríplex (R$ 777 mil) e a compra de móveis e eletrodomésticos (R$ 339 mil);

2) efetuou o pagamento de vantagem indevida ao pagar as despesas de armazenagem do acervo presidencial de Lula junto à Granero, no valor de R$ 1,3 milhão;

. Falsidade Ideológica

1) Firmou contrato da armazenagem do acervo do ex-presidente Lula em nome da OAS

. Lavagem de capitais

1) dissimulou o recebimento de vantagens ilícitas ocultando valores em obras (R$ 777 mil), móveis (R$ 320 mil), eletrodomésticos (R$ 19 mil)

2) dissimulou, com a celebração de falso contrato de prestação de serviços de armazenagem junto à Granero, a realização de 61 pagamentos mensais que totalizam o valor de R$ 1,3 milhão

 

. corrupção ativa

1) atuou com Leo Pinheiro na coautoria da vantagem indevida ao ex-presidente na reforma do tríplex

. lavagem de capitais

1) dissimulou, como coautor, o pagamento de vantagens ilícitas através das obras do apartamento

 

. corrupção passiva

1) Recebeu vantagem indevida da OAS através do armazenamento do acervo presidencial junto à Granero, no valor de R$ 1,3 milhão

. falsidade Ideológica

1) atuou na celebração de contrato de prestação de serviços de armazenamento ideologicamente falso com a Granero

. lavagem de capitais

1) dissimulou o recebimento de capitais através do falso contrato de prestação de serviços de armazenamento junto à Granero, no valor de R$ 1,3 milhão, referente a serviços prestados ao Instituto Lula


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