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Lava-Jato: empresa citada tem problemas ambientais

Por Agência O Globo

31/07/2016 3h52 — em
Brasil



SÃO PAULO — Citada na Lava-Jato, a Estre Ambiental, uma das principais empresas de lixo do Brasil, agora enfrenta acusações de problemas ambientais em alguns de seus empreendimentos. Em um ano, três ações do Ministério Público indicam problemas em licenças ambientais de aterros ou centros de gerenciamentos de resíduos operados pela empresa.

Na Lava-Jato, a Estre já apareceu nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Costa disse ter recebido dinheiro da Estre pelo operador Fernando Baiano, devido ao interesse da empresa na construção de um estaleiro.

À CPI da Petrobras, em 2014, a empresa confirmou ter pagado R$ 3 milhões à Pragmática Consultoria, que tem como um dos sócios o genro de Costa, Humberto Sampaio de Mesquita.

Em junho, o Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar problemas ambientais em Nossa Senhora do Rosário, Sergipe. Na cidade, os procuradores identificaram que parte do chorume sem tratamento ia para uma pequena lagoa.

Três cidades no interior de SP também apresentaram problemas com a empresa. Em Piratininga, a expansão de um aterro afetaria duas nascentes. Os promotores conseguiram, inicialmente, liminar que cassava as autorizações para o aterro. Mas, em instância superior, a Estre mudou parcialmente a decisão, que impede agora só a intervenção nas nascentes.

Responsável pela ação em Piratininga, Luis Fernando Rocha diz que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) libera as licenças por crer que, devido à importância dos aterros, eles podem exceder a lei:

— O empreendimento visa ao lucro. É de grande relevância, mas não é por isso que se deve autorizar a intervenção.

Em Araçatuba, os problemas são os mesmos. O MP obteve liminar que suspendeu o licenciamento do centro de gerenciamento de resíduos da cidade, também operado pela Estre, devido à existência de duas nascentes a menos de 70 metros do local. Em Paulínia, onde já funciona um aterro, moradores criaram o movimento “Lixão, aqui não!”. Moradores do bairro mais próximo reclamam de mau cheiro.

A Estre afirmou que cumpre a legislação; que suas operações são licenciadas e que atua com o compromisso de preservação ambiental. Reforçou que continuará prestando assistência às autoridades. (*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire)


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