Garotinho, que viu violência crescer enquanto governador, promete reforma ampla da segurança pública
RIO - Os fazem com que a seja um dos temas mais abordados pelos candidatos ao goveno. Nessa segunda, uma pesquisa do Ibope mostrou que . Para, que viu o número de letalidade violenta subir durante seu mandato como governador, entre 1998 e 2002, a população não desaprova a , mas é contra a falta de resultados obtidos. Sobre as UPPs, ele disse que vai analisar caso a caso. Também na segunda, o .
De acordo com os dados do Ibope, em pesquisa feita junto à de intenções de votos no Rio, 60% da população já presenciou um tiroreio; 65% já testemunhou assalto; 55% concorda com a intervenção; 29% já viu alguma vítima de bala perdida; e 51% concorda com a permanência do modelo da UPP. Em abril, a intervenção anunciou o fim de 12 UPPs e mudanças em sete.
Na manhã dessa terça, Garotinho esteve na Central do Brasil, onde falou sobre alguns de seus projetos para a área de segurança público. Quando ele assumiu como governardor do Rio, em 1998, a taxa de letalidade violenta, índice que reúne números de homicídio doloso, homicídio decorrente de intervenção policial, latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte, no estado era de 45,4 para cada 100 mil habitantes. Ao final de seu mandato (ele deixou o cargo meses antes, para concorrer à presidência), o mesmo índice era de 54,7. Já na capital, a evolução no período foi de 38,4 para 58,3.
Em 2003, Garotinho assumiu como secretário de Segurança do governo de Rosinha, sua esposa. Ele exerceu a função até 2004. Nesses anos, a taxa de letalidade violenta a cada 100 mil habitantes foi de 54,3 e 51, respectivamente. Além dos altos números de violência, outro fato que marcou a segurança nessa época foi a corrupção. Chefe da Polícia Civil nos governos Garotinho e Rosinha, Álvaro Lins foi condenado a 28 anos de prisão por ter chefiado uma quadrilha. Em 2010, o ex-governador foi condenado a 2 anos, no processo de Álvaro, mas a pena foi revertida em serviço comunitário.
Agora, Garotinho diz que, se eleito, vai promover uma “ampla reforma na segurança pública”, com foco na prevenção, modernização do aparelho policial e confiabilidade e estatística. Um dos projetos que ele mais tem citado na campanha é o de entregar uma arma para o policial militar ter em casa, como acontece com os policiais civis. Sobre a intervenção, ele afirmou que pretende se reunir com o chefe da intervenção, general Braga Netto, para apresentar seu programa.
— Pessoas não são contra a intervenção federal, elas são contra o resultado que até agora não veio, só houve expectativa. O normal é planejar primeiro e intervir depois, mas aqui primeiro teve a intervenção e depois o planejamento — explicou Garotinho, que lembrou a criação do Instituto de Segurança Pública como um dos feitos de seu governo.
O candidato também afirmou que UPP “foi muito marketing” e que seu resultado concreto foi pequeno. Se eleito, ele precisa analisar caso a caso para decidir sobre a permanência das unidades.
— Os policiais deveriam ser treinados especificamente para policiamento de proximidade, com uma abordagem diferente. Mas eles estavam sendo formados só em 6 meses, isso não se faz — disse Garortinho, que também comentou o alto número de tiroteios no estado. — A bala perdida acontece quando uma pessoa despreparada é colocada dentro da polícia. A polícia mais eficiente é que prende mais e atira menos, investe em inteligência. Aqui parece que voltamos a um tempo de um secretario de segurança que dizia para atirar primeiro e perguntar depois.
Nessa terça, ao tentar fazer campanha dentro da estação ferroviária da Central do Brasil, Garotinho foi impedido por seguranças da SuperVia, que alegavam que propaganda política não seria autorizada por “se tratar de uma área privada”. O candidato, então, fez uma caminhada do lado de fora e conversou principalmente com vendedores ambulantes. Apesar da indiferença da maioria dos transeuntes, ele ouviu alguns pedidos pelo retorno do Restaurante Popular.
Depois, Garotinho tentou mais uma vez entrar na estação, o que lhe foi permitido, mas dessa vez os seguranças disseram que não seria permitida a filmagem e fotografia por parte da imprensa. Na tentativa de atrapalhar o trabalho dos profissionais presentes, seguranças chegaram a rodear Garotinho, obstruindo as imagens. Segundo um segurança, esse foi o mesmo tratamento dado a Wilson Witzel e Romário, e a imprensa precisaria obter autorização prévia. Entretanto, no dia do lançamento de campanha de Romário, que ocorreu na Central do Brasil, a imprensa pôde registrar seus passos dentro da estação livremente. O único impedimento foi para a presença de bandeiras e para a distribuição de panfletos por parte dos militantes.
Procurada, a SuperVia afirmou que “cumpre a determinação legal de não apoiar nenhuma candidatura político-eleitoral”. A empresa diz que orienta os candidatos para que não atrapalhem o fluxo dos passageiros em suas dependências, e que os funcionários são “treinados a tratar todos os candidatos sem qualquer tipo de distinção”.
Ainda nessa terça, Garotinho vai participar do lançamento de candidatura de Rubens Teixeira a deputado federal. Teixeira é aliado histórico de Crivella, e ocupou recentemente cargos na prefeitura, como secretário de Conservação e Meio Ambiente, de Transporte e presidente da Comlurb. Apesar de ser da mesma coligação do partido de Crivella, o PRB, o ex-governador e o prefeito, que foram adversários na eleição de 2014, não têm sido vistos juntos em campanha. Mas, Garotinho disse não ver problema na aliança.
— Eu não tenho vergonha de nenhum apoio, quem está comigo está comigo. Quem tem que ter vergonha de apoio é o Eduardo Paes, que fica escondendo que é candidato de Cabral, Pezão e Picciani — disse Garotinho, que afirmou ter recebido a visita de Crivella logo quando ele assumiu a prefeitura. — Acho que o grande problema dele foi não ter denunciado o rombo deixado por Paes. Eu analisei os dados e vi que Paes deixou mais de R$1 bilhão em restos a pagar e sumiu com , com uma quantidade enorme de dívidas.
Como já havia falado nessa segunda, Garotinho voltou a se dizer satisfeito com o resultado da pesquisa eleitoral do Ibope, por estar tecnicamente empatado com candidatos que, segundo ele, têm mais estrutura financeira e partidária, e atacou mais uma vez o judiciário, por causa do pedido de impugnação de sua candidatura por parte do MP Eleitoral. O candidato afirmou que está sofrendo “bullying político” porque denuciou a “quadrilha do Cabral.
O MP Eleitoral pediu a cassação do registro de Garotinho baseado na Lei da Ficha Limpa. Ele já foi condenado em segunda instância no processo sobre desvios de R$234 milhões da secretaria de Saúde, no período em que ele era secretário de Estado de Rosinha.
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