Exército de robôs para 'fake news' ameaça desequilibrar as eleições
RIO — Na virada do século, a internet enfrentou a primeira grande crise com a explosão de sua bolha financeira. Preços de ações valorizadas artificialmente despencaram, dívidas se tornaram impagáveis e empresas falidas acabaram fechando as portas. Agora, próximo ao término desta década que consolidou a rede como o principal espaço para circulação de informações, outro tipo de risco aparece no horizonte digital: o fortalecimento das notícias falsas com efeitos que agora ameaçam atrapalhar o funcionamento de democracias como a do Brasil.
Em ano eleitoral — com a corrida presidencial mais indefinida desde 1989 —, o sistema político brasileiro está diante do desafio de não ser contaminado por mentiras espalhadas para favorecer interesses partidários. Cada fake news disparada pode desequilibrar a disputa em favor daquele que dispuser do maior arsenal digital em mãos.
Nesta edição especial, O GLOBO lança luz sobre o mercado das trapaças virtuais na internet. São muitas as maneiras de uso dessas ferramentas em campanhas eleitorais, seja para melhorar a imagem de um político ou difamar seus adversários. Empresas vendem lotes de seguidores no Twitter e curtidas no Facebook, criando a falsa impressão de relevância para qualquer um disposto a pagar pelo serviço. Sites deturpam informações apuradas por jornalistas e espalham a mensagem com o falso lastro de credibilidade do veículo da imprensa profissional.
Esta edição traz ainda histórias dos bastidores do jogo sujo das redes em campanhas eleitorais recentes e a descrição detalhada da técnica que permite a pessoas inexistentes alcançarem, via redes sociais, milhares de indivíduos.
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