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Diretor da Caixa pediu doação, diz revista

Por Agência O Globo

30/07/2016 19h26 — em
Brasil



SÃO PAULO — O ex-diretor de Marketing da Caixa Econômica Federal Clauir Luiz dos Santos teria pedido a uma agência de publicidade já investigada pela Lava-Jato doações para a campanha do PT em nome do Palácio do Planalto. O pedido teria acontecido em agosto de 2014 durante reunião com dois executivos da Borghi-Lowe: Valdir Barbosa e Ricardo Hoffmann, condenado a 12 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Segundo reportagem publicada ontem pela revista “Veja”, Barbosa, que na época era vice-presidente da agência, relatou o ocorrido em um e-mail enviado para seu superior, Michael Wall. A mensagem diz, segundo a revista, que “o CEO da Caixa foi convocado à sede do governo federal e recebeu a solicitação para pedir aos fornecedores da Caixa contribuições políticas ao partido do governo (PT)”. Na época, o cargo de diretor-presidente do banco era ocupado por Jorge Hereda.

Ainda segundo essa troca de e-mails, Barbosa teria dito a Santos que a Borghi-Lowe não fazia contribuições a partidos políticos. O ex-diretor da Caixa teria respondido que três agências que atendiam a Caixa aceitariam o “convite”.

A Borghi-Lowe, que desde o ano passado se chama Mullen Lowe Brasil, negocia um acordo de leniência com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A troca de e-mails entre Barbosa e Wall faria parte do conjunto de provas que a agência pretende entregar aos investigadores. A agência teve seu nome envolvido na Lava-Jato ano passado, acusada de fazer parte de um esquema que contava com o ex-deputado André Vargas (sem partido).

Outra troca de e-mails que a “Veja” diz ter obtido mostra que Vargas atuaria a favor da Borghi-Lowe na relação com o poder público. Em mensagem de fevereiro de 2013, Hoffmann disse que, graças a Vargas, tinha acesso a informações das propostas feitas por agências de publicidade que concorriam com a Borghi por um contrato na Caixa. Em 2012, ele se refere ao deputado como “nosso braço político”.

Em setembro do ano passado, Vargas foi condenado a 14 anos e quatro meses de prisão por ter participado de um esquema que envolveu o pagamento de R$ 1,1 milhão em propinas relacionadas a contratos com a Caixa e ao Ministério da Saúde, segundo o juiz Sérgio Moro. Uma das suspeitas dos investigadores é que o ex-deputado dava sustentação política a Clauir dos Santos como diretor.

O GLOBO não encontrou os advogados de Santos ontem à tarde. Em 27 de julho do ano passado, ao prestar depoimento como testemunha de defesa de André Vargas na Lava-Jato, ele afirmou que nunca pediu doações de campanha para nenhuma agência.

A assessoria de imprensa da presidente afastada, Dilma Rousseff, não se posicionou.


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