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Análise: propaganda na TV com menos tempo com pouco dinheiro

Por Agência O Globo

27/08/2016 3h52 — em
Brasil



RIO — Em 2012, foram mais de 20 minutos na TV — só para Eduardo Paes. Cabiam os programas de todos os candidatos de agora, e ainda sobrava um troco. Na comparação com a eleição municipal anterior, menos tempo e dinheiro mais curto, já que doação de empresa não pode mais, fizeram diferença nas produções.

Aquele 1º programa de Paes teve roda de samba com Monarco, porta-bandeira e o então governador Sergio Cabral. Em tempos de Lava-Jato, Pedro Paulo não mostrou nomes do PMDB. Mas, apesar de não ter nem o padrinho político Paes, ele usou a vitrine da Olimpíada — e, aí, incluiu conversas com moradores da periferia, uma informalidade produzida que já tinha sido o tom de Paes.

Jandira botou Lula de garoto-propaganda, falou que não traiu Dilma e nacionalizou o debate — os candidatos de 2012 passaram longe disso no início na TV. E ela escolheu o tema de Rodrigo Maia naquela eleição, o transporte. Mas não disse como financiaria a promessa de ampliar o passe livre, como Pedro Paulo não falou de onde tiraria o dinheiro para construir 300 Escolas do Amanhã.

Em 2012, PCO, PSTU e Pátria Livre tinham mais tempo que Marcelo Freixo e Alessandro Molon agora. Molon usou a tradicional fala com fundo branco. Ficou parecendo propaganda pobre de vereador. Tentando fugir disso, Freixo quis despertar o telespectador com um “Valendo?” logo de início; na comparação, em 2012 ele tinha quase um latifúndio, com cenas nas ruas e depoimento de eleitor.

Osorio agora deu uma de Aspasia em 2012, e foi de saneamento. E tentou falar com os manifestantes das ruas, com discurso contra os políticos tradicionais. Quanta diferença para o 1º programa do candidato tucano de 2012, Otavio Leite, que teve falas de Aécio Neves e Fernando Henrique. E que mirou a Saúde — embora seja a maior preocupação do eleitor, pouco apareceu agora. Pedro Paulo citou de leve a Clínica da Família; Marcelo Crivella disse que, apesar dos gastos na Olimpíada, os hospitais continuavam com problemas.

Crivella se beneficiou do tempo curto de agora por ser mais conhecido. Já Flávio Bolsonaro teve de usar o pouco tempo dizendo quem é. Como Indio da Costa, que deixou uma dúvida: se tem 45 anos, e disse e repetiu que há 25 se prepara para ser prefeito, com 20 anos já panfletava em Bangu?


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