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Wilson fica sem retrato e sem história


Por Raimundo de Holanda

01/01/2019 19h18 — em
Bastidores da Política



O anúncio feito pelo governador Wilson Lima, de que nenhuma foto sua será exposta em órgãos da administração pública, poderia em tese representar um avanço no entendimento de que o “retrato” caracteriza promoção pessoal e que não cabe na roupagem do “novo” que ele, também em tese, representa. Mas reforça teorias conspiratórias que surgiram antes, durante e depois da campanha, que apontam que o novo governador não manda e que, portanto, seu papel é de mero coadjuvante de um projeto de poder reivindicado por pelo menos três grupos que marcharam com ele na campanha eleitoral.

O anúncio pegou bem como estratégia de marketing, mas serve a quem mesmo? A Wilson? Certamente que não. 

O retrato tem um simbolismo. Mostra quem manda no Estado e a quem deve ser creditados erros e acertos com impacto na vida  do “povo do Amazonas”,  que Wilson diz que vai defender. Mas alguém mal intencionado fez o governador engolir essa idéia, que na prática é uma renúncia ao protagonismo, do qual grupos de interesse  tentam afastá-lo.

FICOU ESQUECIDO

Foram necessários menos de três meses para o novo governador do Amazonas, Wilson Lima ‘esquecer’ a sua principal promessa de campanha: fazer um governo novo, sem as velhas práticas políticas. Mas irá empossar um time com currículos e folhas corridas.

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Hoje assume o comando do Amazonas, sem reduzir a máquina e com gestores da "velha escola", que ele condenava como responsáveis pelas práticas de má gestão e corrupção no governo.

VELHOS COSTUMES

No período de transição, Wilson Lima descobriu que o que ele talvez sonhasse não daria para atender os compromissos de campanha, não com o povo, mas com os financiadores.

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Assim, vamos começar 2019 com um novo governador na cadeira, porém com a mesma estrutura de governo herdada dos antecessores, inclusive adeptos das velhas práticas.

ARMA NA CINTURA

Na sua posse em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro manteve seus fiéis e violentos seguidores contentes com a garantia da ‘legítima defesa’. Para eles, trata-se do direito de adquirir, poder andar com uma arma na cintura, e disparar quando se sentirem ‘ameaçados’.

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Se Bolsonaro tem a percepção disso, não importa, eles querem se sentir prestigiados pelo ‘mestre’. E nada mais dá a sensação de prestígio do que um discurso de posse feito para isso.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.