Último debate revela quem está preparado para administrar Manaus
Arthur Virgílio e Marcelo Ramos travaram ontem o último debate do segundo turno - mirando os indecisos. É previsível o rumo que esses eleitores vão tomar.
Indeciso é aquele eleitor que tem restrições a administração do prefeito. mas que Marcelo Ramos não conseguiu conquistar.
Para qual lado esse eleitor vai pender quando se aproximar da urna no domingo ? O debate de ontem abriu a porta para decisões.
Arthur admitiu que há demandas que não foram atendidas e que há muito a ser feito. Essa declaração revela um pouco da falta de ambição de um prefeito que busca a reeleição, mas pode ter criado o ambiente, senão de proximidade, de simpatia com esse grupo de eleitores.
Marcelo, ao vender facilidades, passou a ideia de que faz uma aposta no tudo ou nada. Mas esteve longe de convencer.
É o mestre das palavras, mas elas se perdem no confronto com a realidade. E naufraga na repetição. Se não decorou o texto sobre BRT e Faixa zul, repetiu, com cada virgula, o que disse nos três últimos debates.
Marcelo é um bom produto, mas não sabe se vender.
Já Arthur, ao se negar a vender ilusões e se prender à realidade, passou confiança. Se o debate teve um vencedor, fora os troféus já dados a cada um dos candidatos pelos seus cabos eleitorais, esse alguém foi o eleitor indeciso. Mas também Arthur.
CUIDADO COM AS URNAS
Para corrigir e evitar os erros que levaram mais de 70 mil eleitores de Manaus a não votar pelo processo de biometria, tendo de assinar as listas para validar o voto, o TRE treinou novamente os mesários e fiscais, além de substituir as urnas que deram erro.
APELO DE MARCELO
O candidato Marcelo Ramos usou ontem as inserções do horário eleitoral para mostrar o apoio que conquistou durante a campanha, desde o primeiro turno, e chamar o eleitor indeciso à “responsabilidade” de votar pelo que ele chama de ‘mudança’.
GREVISTAS PREOCUPADOS COM O BOLSO
A jurisprudência criada a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal tornando possível o desconto em folha de pagamento de servidores públicos pelos dias não trabalhados por adesão a movimento grevista, deixou muitas lideranças sindicais com as barbas de molho no Estado do Amazonas.
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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), Marcos Libório, classifica a medida de “arbitrária, digna dos tempos da Ditadura Militar”.
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Mas quem está mesmo preocupada é a presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), Guilhermina Terra. Ela tem um pepino a descascar. Os professores da UFAM decidiram aderir à deflagração de uma greve nacional da categoria contra a PEC 241, no próximo dia 11 de novembro, mas temem que o ato agora custe caro aos bolsos dos docentes.
ARROGÂNCIA E PAZ
Temer, que não é de polemizar, chamou os poderes para viver em "harmonia absoluta". Infelizmente os dois vizinhos vivem trocando ‘gentilezas’ e farpas a todo instante. O caldeirão político de Brasília começa a ferver com o afunilamento dos processos da Lava Jato, colocando agora o Legislativo sob o martelo do Judiciário. O exemplo de Eduardo Cunha não comoveu nem intimidou Renan Calheiros, que tem mais ‘pecados’ que o colega da câmara baixa. Se deu mal com a ministra Cármen Lúcia, uma magistrada linha dura que não admite ‘destrates’ aos seus subordinados. Renan esqueceu que a base da pirâmide judiciária é a primeira instância, sem a qual não haveria sentido para a existência das demais. Foi arrogante, mesmo com várias cordas sendo tecidas na justiça para o seu pescoço.
ARTIMANHA DE LULA
Aos 71 anos, completados no dia 27, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já viveu as duas primeiras fases de sua tragédia pessoal e caminha para a terceira. Mas, ‘esperto’, trabalha arduamente para ‘pular’ logo para a quarta fase, deslanchando uma bateria de ações contra supostos danos morais ao longo dos três processos que correm contra ele na operação Lava Jato. Tem um objetivo: se chegar à condição de vítima antes da conclusão dos processos, vai 'consolidar' seu favoritismo para as eleições presidenciais de 2018 já detectado nas pesquisas.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.