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Sobre a delação da enfermeira Jennifer


Por Raimundo de Holanda

14/11/2017 23h04 — em
Bastidores da Política



O instituto da delação premiada foi uma importante conquista  para  o ordenamento jurídico do País, mas contém riscos. O principal deles é transformar inocentes em culpados . A busca de beneficios em troca da colaboração abre a porta para vinditas. E vale lembrar as palavras do  advogado Arnaldo Malheiros Filho: “Quem pode comprar a liberdade com a palavra dirá a palavra que quiserem ouvir". 

É conveniente  acusar, dividir a delinquência praticada e pela qual o acusado responde, com terceiros.  Levar desafetos para a mesma lata de lixo é um assombroso conforto. 

O problema, entretanto, não está na delação sem provas, está na falta de uma eficiente triagem sobre o que o delator diz e o que é realidade. E piora pelo fato de um depoimento aparentemente simples, onde o delator diz o que quer ou o que foi combinado, não passar por uma rigorosa checagem antes de qualquer publicação. 

Pessoas que confessadamente delinqüiram e sobre as quais recaem suspeitas outras, falariam a verdade? Se se suspeita de seus atos, por que não de suas palavras? 

Que dizer da  enfermeira Jennifer Noyara Yochael, uma das acusadas  de comandar uma quadrilha que roubava dinheiro da saúde ? Ela teve o patrimônio  aumentado 300 vezes em um ano, mas ontem fez a seguinte declaração em depoimento ao Ministério Público Federal, isso depois de fazer acusações a um senador: 

Sei que errei. Fui permissiva (…) acredito que a justiça será feita. Sei que cometi crimes, mas fui levada a isso…  Muito inocente.

Recado de Amazonino

“Segurança e saúde pública. Este desafio, esta onça, eu vou matar. Nós vamos resolver.” Assim falou Amazonino ontem durante a entrega de viaturas para reforço do policiamento na Zona Norte de Manaus, onde a violência cresceu muito nos últimos anos.

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No discurso falou da insegurança, do temor e do medo que a criminalidade impõe à sociedade, mas declinou sua confiança na equipe comandada pelo vice Bosco Saraiva.

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Os dois setores, para ele, são os mais angustiantes para a sociedade, porque atingem diretamente os cidadãos.

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Mas a solução está sendo aplicada, sem alarde, sem debates politiqueiros com pessoas que, segundo Amazonino, “só tem na cabeça a visão do interesse próprio”.

Na cola de David

Referindo-se ao governo interino, o governador Amazonino disse que “essas pessoas fizeram muita molecagem com o Estado”, e avisou:

“Se preparem, porque a auditoria vem. E não adianta espernear. Tudo isso vai ser feito. Está sendo feito”, para ser encaminhado ao TCE e Ministério Público.

A praça é do povo

Com um grande evento artístico e cultural, o prefeito Arthur Neto entrega hoje, no seu dia, a Praça XV de Novembro, ou Praça da Matriz, totalmente restaurada, com direito a abrigar a primeira árvore de Natal da cidade neste ano.

O Arcebispo Metropolitano de Manaus, dom Sérgio Castriani fará a ‘Celebração de Bênção’, na presença do ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão, e da presidente do (Iphan), Kátia Bogéa.

Ministros em Manaus

O TCE realiza amanhã e depois o Simpósio Nacional de Ouvidorias, com nomes renomados do meio jurídico, como os ministros Marco Aurélio de Mello (STF); Mauro Campbell (STJ); e Walton Rodrigues (TCU), e mais de 300 convidados.

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Vão debater a importância das ouvidorias e as denúncias anônimas, e da transparência para a efetividade do controle no cenário de crise política, institucional e ética no país.

Sidney e Sabbá

O deputado Sidney Leite não tem agradado nem aos colegas da Assembleia no comando da Casa Civil do governo. Ontem Sabá Reis disse que Sidney se tornou o Melo do Amazonino: “Aquele cara que quer fazer tudo e acaba não fazendo nada.”

Os xiitas do PT

Os petistas do Amazonas, liderados por José Ricardo, agora querem criar um coletivo nacional dentro do partido. Neste feriado da Proclamação da República, os xiitas do esquema de Lula farão seu encontro no auditório do Sindipetro sobre o tema.

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ASSUNTOS: maus caminhos, Omar Aziz

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.