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Ministro finge para bancada do Amazonas, mas joga duro no plenário do STF contra ZFM


Por Raimundo de Holanda

24/04/2019 20h35 — em
Bastidores da Política



 Paulo Guedes fez jogo de cena com a bancada do Amazonas. É um brincante esse ministro. Quem acredita nele “é ruim da cabeça ou doente do pé”, só para lembrar “Samba da minha Terra”,  de Alcione. Esse cara não é sério.

Os amazonenses devem estar atentos ao julgamento nesta quinta de  recurso  apresentado pela União contra o direito ao crédito  do IPI em insumos isentos provenientes do polo industrial  de Manaus. Nesta quarta um surpreendente voto do Ministro Marco Aurélio Melo, coadjuvado pelo Ministro Alexandre de Moraes jogou água fria no  otimismo de políticos e empresários. Melo foi contundente. Votou contra a ZFM, contrariando expectativas geradas em razão de seu posicionamento a favor do modelo nos últimos anos.

Ficou a impressão que o ministro Paulo Guedes agiu nos bastidores e conquistou votos  de antigos aliados do Amazonas para seu propósito de “ferrar”com Manaus.

Enquanto o Estado apanhava no Supremo - depois houve os votos de Edson Fachin e Barroso, reascendendo as esperanças do Amazonas - o ministro da Economia,  Paulo Guedes, fazia jogo de cena com a bancada do Amazonas. É um brincante esse ministro.   Quem acredita nele  “é ruim da cabeça ou doente do pé”, só para lembrar “Samba da minha Terra”,  de Alcione. Esse cara não é sério.

Para a bancada amazonense o ministro fingia que não disse exatamente o que disse à Globo News, mas  sua principal “assessora”, a procuradora da Fazenda Nacional, no mesmo momento e orientada por ele, jogava duro no plenário do Supremo contra o modelo que o ministro quer destruir. É a velha história de  que o creditamento do IPI é um estimulo  à fraude.

O problema é que o amazonense continua cada vez mais distante da realidade, do contrário pararia o estado para assistir a sessão do STF nesta quinta, que é decisiva para o destino do Amazonas. Se sair derrotado,  as indústrias vão embora, o comércio fecha as portas, o dinheiro pára de circular. ‘É o fim do mundo’ e muito pouca gente aqui em Manaus deu-se  conta disso.

 

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ASSUNTOS: Bolsonaro, economia, fim do mundo, incentivos fiscais, paulo guedes, STF, Suframa, ZFM

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.