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Quem está habilitado a enviar a fatura a Amazonino ou Braga


Por Raimundo de Holanda

21/08/2017 21h29 — em
Bastidores da Política



Ninguém ganhou a eleição. Ainda. Portanto, não é hora de reivindicar créditos. Se alguém pode e deve cobrar a fatura pelo resultado do segundo turno, que só será conhecido às 18 horas do dia 27, esse alguém é o eleitor. A ele será dado pelo vencedor todo o crédito. Afinal, escolher um governante em momento  de profundo desgaste  dos políticos será um voto de confiança na democracia. E na política, como instrumento  transformador  de uma cidade, de um estado ou de um País.

A consciência de que nada mudará e nada poderá ser feito sem a política é também um sacrifício diante de tantos escândalos. Mas é acima de tudo um ‘mea culpa’.  Ninguém chega ao  parlamento ou aos governos sem a chancela dos cidadãos.

Não há saída para nenhuma  crise, nem  mesmo a crise moral porque passa o estado do Amazonas e o Brasil, sem a política. “Ah, mas a crise é política”, dirão uns. Sim,  é uma crise que todos de certa forma construímos.

Por isso é importante votar em  uma das duas  opções que temos. É isso que vai habilitar cada eleitor a fazer cobranças, a vigiar, a denunciar. Do contrário, estaremos mais uma vez dando provas de que somos, enquanto eleitores, os grandes  responsáveis pela degeneração da política. E que criamos nossos próprios monstros.

RECADO PARA OS POLÍTICOS

A se confirmar os cerca de 25% de abstenção previstos para a eleição do próximo domingo será um duro recado para a classe política do Amazonas. Mais ainda para os detentores de mandatos legislativos, que experimentam o descrédito popular com suas atuações.

Nesta eleição suplementar, duas candidaturas que ganharam a simpatia do Legislativo, a primeira foi eliminada no primeiro turno e a segunda parece que não ‘decola’ no segundo turno.

300 MIL FANTASMAS

Defendendo mais rigor nas campanhas, o ministro Gilmar Mendes disse que dos 750 mil doadores da campanha municipal de 2016, pelo menos 300 mil não tinham capacidade financeira. Ou seja, os candidatos transformaram 300 mil “laranjas’ em doadores.

SALVO CONDUTO PARA ELEITOR

A partir de hoje o eleitor ganha um ‘salvo conduto’ até o dia da eleição, no próximo domingo. O Código Eleitoral considera a proibição como uma garantia para que o eleitor não tenha impedimento do exercício do voto, sem ameaças ou pressões indevidas.

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Os eleitores não poderão ser presos ou detidos, a não ser em flagrante delito, em razão de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou por desrespeito a salvo-conduto.

TSE JULGA EMBARGOS

Os embargos à decisão que cassou os mandatos do governador José Melo e seu vice Henrique Oliveira estarão na pauta do TSE para serem julgados hoje. Três desses recursos pedem eleição indireta, e o governador eleito no 2º turno só poderá ser empossado após esse julgamento.

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Se o relator Luiz Roberto Barroso seguir as decisões do TSE e do STF, não dando provimento aos recursos, vai encerrar hoje a ‘pendenga’.

ADI DE HANAN E GANDRA

O ex-governador Samuel Hanan e o conceituado tributarista Ives Gandra Martins são os autores do texto da ADI  (Ação Direta de Inconstitucionalidade) a ser movida pelo PDT junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei Complementar 160/2017, altamente prejudicial à ZFM.

BATALHA JUDICIAL

A Associação dos Praças (APEAM) confirmou à coluna ações judiciais nos próximos dias para fazer valer, de qualquer maneira, o direito dos policiais militares à promoções respaldadas na Lei 4.044/2014.

QUEM É O “TROUXA”?

O candidato a vice-governador Marcelo Ramos retirou do Twitter mensagem em que prometia revelar a identidade do “trouxa” da atual eleição suplementar no Estado. Internautas dizem que cobrarão a revelação após o pleito.

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ASSUNTOS: Amazonas, eleição suplementar

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.