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A prisão de Lula


Por Raimundo de Holanda

03/09/2015 0h00 — em
Bastidores da Política



O link  de Lula com o esquema de corrupção no País, que vem sendo paulatinamente construído pelas investigações da Lava-Jato,  está levando alguns setores da sociedade  a  defender a prisão do ex-presidente.  Mesmo num cenário desfavorável a Lula, com a eventual comprovação de que delinquiu, mandou delinquir ou foi conivente com os malfeitos de seus companheiros, sua prisão é improvável. A razão é simples. Lula, apesar do desgaste, ainda tem o apoio de ao menos 20% dos brasileiros, é reconhecidamente um dos últimos lideres desde Getúlio Vargas e conta com forte apoio de movimentos sociais, como o MST.  Pior, movimento armado. Estima-se que cerca de 50 mil integrantes do grupo portem armas e estariam dispostos a  fazer um muro humano para defender o “ pai dos pobres”.  E tradicionalmente, um líder nato não é preso, no máximo exilado. Com Lula não seria diferente. Ninguém –  por enquanto, se atreveria a assumir o ônus de colocar uma algema no ex-presidente. Ou prendê-lo.

PROPOSTA SUICIDA DE VANESSA

Com a sugestão ao pacote da reforma política para proibir as doações de campanha de empresas a partidos políticos, a senadora Vanessa Grazziotin apelou ontem para o discurso suicida. Ela própria comanda um partido político, o PCdoB, junto com o marido Eron Bezerra, por meio do qual ambos construíram suas carreiras políticas. Isso graças às generosas cotas do fundo partidário e doações de empresas, uma delas, pelo menos (Camargo Correa), envolvida no escândalo da Lava Jato.  Ademais, o critério de doação de pessoa física acima do dízimo (10%), numa crise de escândalos políticos como a que corre, tem mais possibilidade de ‘afugentar’ do que de atrair doadores.
 
NÃO DEU CERTO

Não foi desta vez que a bancada petista emplacou projeto populista, como queria o vereador Waldemir José, com emenda à Loman para contemplar estudantes com 120 passes livres no transporte coletivo. A iniciativa foi derrubada na Comissão Especial de Reforma da Lei Orgânica do Município de Manaus. Se fosse aprovada, a tarifa de ônibus iria ser majorada para compensar a graça do petista.

ELE NÃO DESISTE

Bem que o ex-deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB) tentou, mas a Justiça Eleitoral negou mais um recurso impetrado por ele onde requeria novo julgamento de sua prestação de contas da campanha eleitoral de 2014. A presidente do TRE/AM, desembargadora Socorro Guedes, foi curta e grossa ao dizer, no despacho que é desnecessária argumentação sobre a impossibilidade de novo julgamento pelo regional e, menos ainda, a presidência fazê-lo monocraticamente.

VPAT VUPT

A indicação e aprovação de novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas em substituição ao conselheiro Raimundo Michiles é demonstração da agilidade da burocracia e do Legislativo estadual. O ato de aposentadoria foi publicado na edição desta quinta-feira, 3, do Diário Oficial Eletrônico, mesma data na qual será empossado no cargo Mario Manoel Coelho de Mello. Tudo nos conformes, diz o deputado Belarmino Lins.

SAÚDE RUIM

Dos sete servidores do Tribunal de Contas do Estado, autorizados pela portaria 300/2015, de 28 de agosto, quatro vão para o estaleiro por 30 ou mais dias. O caso mais grave parece ser o do servidor Benjamin Cortez Fernandes de Alencar que tem licença assegurada de 120 dias para se recuperar.
 
TUDO A VER COM O AMAZONAS
 
A defesa do deputado Arthur Bisneto pela aprovação do projeto de lei complementar 25/07, que amplia o alcance e reformula o Supersimples, é uma tese que tem tudo a ver com o Amazonas e a região Norte. Para levar desenvolvimento a municípios pequenos e isolados, como os nossos, só mesmo reduzindo ao mínimo a carga tributária das empresas. O saudoso ex-governador José Lindoso já dizia que “tributar quem produz quase nada é dar o golpe de misericórdia no progresso”. Com o aumento do limite de enquadramento em 250%, Bisneto diz que o projeto flexibiliza, melhora a capacidade e aumenta o número das micros e pequenas empresas.
 
TEM OUTROS,ALÉM DE ADAIL
 
Para quem achava que Adail Pinheiro tinha sido o único prefeito de Coari durante a década passada, o TCE-AM mostrou ontem que pelos menos outros quatro gestores tivera nas mãos a chave do cofre municipal no período. Mas esse fato aconteceu num ano pra lá de atípico, 2009, quando Iranilson Medeiros, Rodrigo Alves, Emídio Rodrigues Neto e Arnaldo Mitouso ‘fatiaram’ os 12 meses do ano, cada um governando um pouco. Tudo levar a crer que Coari se inspirou naquela propaganda do Bradesco “Feliz 2000 inove” e promoveu a inovação política. Mas nas contas somente Iranilson foi ‘aprovado’.
 
SEM ZONA DE CONFORTO
 
Os empresários de ônibus de Manaus finalmente acordaram para a crise e estão saindo da ‘zona de conforto’ proporcionada pelas benesess que recebem para dos governos estadual e municipal para transportar as pessoas em Manaus.  Representantes do Sinetram estão em São Paulo desde o dia 1º participando da 29ª edição do Seminário Nacional NTU, em busca de novas ideias para melhorar o transporte coletivo em Manaus. O evento apresenta formas inovadoras de pensar, debater e fazer mobilidade urbana.
 
BOEINGS EM PARINTINS
 
E se Parintins ficar sem condições de receber voos de boeings? O povo quer está acostumado a viajar de ‘asa dura’ certamente não vai gostar. Com essa preocupação, o deputado Bi Garcia fez dura crítica ontem ao prefeito da ilha Alexandre Carbrás, pela demissão de mais de mil temporários. É que entre eles está “metade dos bombeiros da Brigada de Incêndio do aeroporto”, uma das exigências para que a Anac elevasse a categoria do aeroporto para receber pouso de boeing. Como o trabalho foi do Bi, que pé candidatíssimo a prefeito do município, agora Carbrás quer toldar a água da tina.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.