Por que só Braga não pode dizer que Deus é brasileiro ?
O economista João Paulo dos Reis Veloso, ministro do Planejamento dos governos Médici e Geisel, usou muito a frase “Deus é brasileiro” em momentos distintos da vida do país - durante o apogeu do ciclo de desenvolvimento conhecido como "Milagre Brasileiro" e a crise do petróleo de 1973 . A presidente Dilma repetiu ao menos em duas ocasiões a mesma frase. Há três anos ao visitar Curitiba e quando foi a Roma em março de 2013, e disse que o Papa era argentino, mas que Deus era brasileiro. E Francisco não deixou por menos. Na visita que fez ao Rio em julho de 2013, brincou : “Deus já é brasileiro e vocês queriam um papa?”
Nenhuma autoridade brasileira deixou de repetir esse jargão em algum momento da vida do País. Bem recentemente, numa análise da derrota por 7 a 1 do Brasil frente a Alemanha pela Copa do Mundo, o braço intelectual do PSDB, o Instituto Teotônio Vilela divulgou o seguinte texto, onde faz referência a Deus ser brasileiro:
“ A histórica derrota sofrida pela seleção pode servir como lição para que o Brasil se torne um país melhor. A vitória alemã representa o triunfo da técnica, da disciplina, do método e do rigor sobre o improviso, o descompromisso e a fé em que, no fim, tudo vai dar certo, porque, afinal de contas, Deus é brasileiro e conosco ninguém pode.”
Mas por que saindo da boca do Ministro Eduardo Braga soa como blasfêmia, incompetência e outras coisas mais, uma frase comum, que une a um só tempo trabalho e fé ? Primeiro por que há uma certa intolerância com o senador. Segundo, porque na boca de Braga Deus deixa de ser uma figura onipotente para se tornar cidadão brasileiro, com deveres, responsabilidades. A questão é de comunicação e de síntese.
Braga, apesar dos atropelos desses primeiros dias no Ministério das Minas e Energia, tem tudo para dar certo. Basta ser mais humilde e procurar assessores com a coragem de pisar nos seus calos. Afinal, ninguém é ministro sozinho... (RH)
ROMBO DE R$ 303 MIL EM RIO PRETO DA EVA
O ex-presidente da Companhia de Agua, Esgoto e Saneamento de Rio Preto da Eva (Saae), João dos Santos Valetim, está sendo notificado pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE/AM) a recolher R$ 307.359,04 referente glosas aplicadas em sua prestação de contas relativa ao exercício de 2012. Além desse valor, Valetim deverá recolher mais multas aplicadas em razão das irregularidades que levaram o TCE a julgar suas contas irregulares.
EIXO ECONÔMICO
Às vésperas do retorno dos trabalhos nas casas legislativas, o governo ainda enfrenta problemas sérios para reajustar o país em seu eixo econômico. Para os economistas independentes, até agora está saindo uma correção de rota. O ajuste fiscal não é uma reforma estrutural para devolver o país ao crescimento. É apenas uma condição sine qua non para arrumação da casa. Para o gestor de investimentos Luis Stuhlberger, “isso não resolve o nosso problema, nem de longe”. O que o governo está fazendo, segundo ele, “não são reformas, mas cortar coisas grosseiramente erradas”.
SEM RUMO
Semana termina com dois ex-homens fortes do PT tentando se reerguer após tropeços em suas carreiras políticas. Com direito a cumprir o resto de sua pena por ter participado do “mensalão”, em liberdade, o ex-ministro José Dirceu, que já foi o braço direito de Lula, começa a se movimentar para voltar à cena política no partido. O outro, Eduardo Suplicy, já foi ícone petista, mas derrotado nas eleições, é tratado com displicência pela “comandante” Dilma. Tem quatro dias, até 28 de janeiro, para tentar uma audiência que está tentando conseguir a quatro anos com chefe.
TRANSPARÊNCIA OPACA
Por falar em tribunal de contas, de acordo com o último relatório da Transparência Brasil justamente sobre essas instituições o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas está entre os 11 que negaram informações para a pesquisa sobre os conselheiros. Os outros são do Acre, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro (estadual e municipal), Santa Catarina, TCM/Goiás, Pará (estadual e municipal) e da Bahia.
ASSUNTOS: deus é brasileiro, ministro Eduardo Braga, Portal do Holanda
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.