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Política empurra policiais para a greve no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

06/01/2017 19h17 — em
Bastidores da Política



O movimento pela greve de policiais no Amazonas é claramente político. E oportunista.  

A PC é um dos  três órgãos  do governo a ter reajuste ano passado. Mas tem uma versão pouco  clara para justificar a paralisação.

 "Vocês não sabem o que estamos passando", disse ontem um policial a uma emissora de TV.  

Todos sabem sim. E muitos o invejam. 

Poderia dividir esse pensamento com um policial do Rio de Janeiro, que não  recebe salário integral há cinco meses, ou do Rio Grande do Sul, com três meses de atraso.  

No Amazonas servidores da PC receberam reajuste salarial e o décimo terceiro já foi pago.  Mas querem criar fatos, se aproveitando dos holofotes da midia nacional, voltados para o Estado depois da chacina ocorrida no Compaj. 

Esta coluna  não se presta a defender o governo, que tem  falhas e foi omisso em muitas questões, mas essa greve anunciada é um tapa na cara da sociedade.

O governo Melo peca em muitos aspectos, mas é inegável que tem acertado em muitos outros. Um deles, manter o pagamento dos servidores em dia e o Estado pequeno, sem gordura, mas funcionando...

Tem defeitos, mas tem méritos, que não podem ser solapados por funcionários que servem a si mesmos, ignorando que aqui  fora está a sociedade, a quem devem um mínimo de respeito.(RH)

A MEXIDA DE ARTHUR

Não foi bem uma reforma no secretariado. Contabilizando os antigos e novos aliados, do primeiro e do segundo mandato, o prefeito Arthur Neto anunciou uma ‘mexida’ nas pedras do dominó para começar uma nova rodada. De novidade, mesmo, a definição das funções do vice-prefeito Marcos Rotta na área da Mobilidade Urbana, que ganhou além dos órgãos já existentes, mais um instituto de onde o vice vai gerenciar as ações. A essa superestrutura Rotta definiu como ‘força-tarefa’ para viabilizar a solução definitiva para o transporte coletivo da capital. Da área da construção civil veio o engenheiro Cláudio Guenca para comandar o Implurb, órgão vital para a retomada do crescimento no setor.

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O prefeito garante que este terceiro mandato será diferente na área política, onde ele encontra boa vontade no governo federal, que agora é aliado. E cita o reforço do senador Eduardo Braga e do ministro das Cidades, Bruno Araújo.

O HUMOR FERINO DO JUIZ

Especialista em Direito Penal e ex-integrante da comissão de notáveis responsável pela elaboração do esboço do novo Código de Processo Penal (CPP), o advogado criminalista Félix Valois é dono de um senso de humor ferino. Abordado a respeito do massacre no sistema prisional de Manaus, saiu-se com uma definição curta a grossa. Segundo ele, como o poder judiciário decreta prisões preventivas “por brincadeira” o sistema funciona como um funil. “A boca de entrada é maior que a de saída.”

SILAS  E A UNIZZARTE

Se fosse da religião muçulmana, o deputado pastor Silas Câmara certamente não seria um ‘imã’ tão forte para atrair coisas ruins para si. Ontem, assim do nada, a revista Fórum saiu com uma reportagem que aponta o líder evangélico como um dos lobistas da empresa Umanizzare, que administra seis presídios no Amazonas e dois em Tocantins. Dona de um negócio milionário, segundo a revista a Umanizzare ‘contribui’ regiamente para ter Silas de ‘plantão’ no Congresso atuando junto à “bancada da bala”. Só em campanhas da família Câmara, investiu R$ 750 mil em doações na campanha de 2014.

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ASSUNTOS: greve, Manaus, pc

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.