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Operação 'Caça às bruxas' visa senador


Por Raimundo de Holanda

10/07/2016 23h52 — em
Bastidores da Política



Os termômetros  em Brasília  esquentaram  no final de semana com rumores de que  o senador Eduardo Braga pode ter o patrimônio devassado  pela Receita Federal. Apesar de já  citado três  vezes em delações diferentes, nada ainda foi provado contra o senador, que alega ser vítima de intrigas. Mas o ambiente de Brasília não está favorável ao cacique amazonense.  O crescimento de seu patrimônio, explicado pela venda de concessionárias de automóveis de sua família, acabou confundido com outras ações não republicanas, das quais o senador tem se defendido.  Braga está entre as chamadas “ bruxas”  tidas como alvo da Receita Federal, do Ministério Público e da Polícia Federal.

Em 2002, quando candidato ao governo, ele presentou uma extensa declaração de bens, inclusive um automóvel financiado. A soma de  seu patrimônio  não chegava a R$ 1 milhão.

Em 2006, candidato a reeleição, Braga apresentou à justiça eleitoral patrimônio de  R$ 4.180.951,33. Candidato ao Senado em 2010, seu patrimônio  já somava R$ 16.487.003,64, um crescimento de mais de  400%.  Quatro anos depois, em 2014, como candidato ao governo, os bens declarados à Justiça eleitoral somaram R$ 27.268.765,65. Nada que o senador não tenha explicada de forma detalhada...

Mas Braga entrou no rol dos suspeitos depois que  executivos da empreiteira Andrade Gutierrez revelaram, em delação à Procuradoria Geral da República que davam a ele 10% de todas as obras realizadas pela empreiteira no Amazonas. Braga tem negado as denúncias e promete processar os delatores. 

 PROCESSO EM PAUTA

O Tribunal Regional Eleitoral deve colocar em pauta  nesta segunda-feira o processo de cassação da chapa José Melo e Henrique Oliveira. A movimentação no tribunal vai ser intensa.

COMUNISTAS X IGREJA DO PT

O bem e o mal   resolveram dar uma trégua na sua ‘eterna disputa’ pelo poder universal, para dedicar atenção especial à eleição de prefeito de Manaus. Depois da aliança entre evangélicos e a bancada da bala, agora são dois partidos da aliança de governo da presidente afastada Dilma Rousseff, PT e PCdoB, que vão ‘bater cabeça’ até o próximo dia 23 para decidir, entre o ateu comunista Eron Bezerra e o padre José Ricardo Wendling, quem será candidato para enfrentar o prefeito Arthur Neto e outros 11 postulantes. E como sempre existe maldade aonde o mal atua, a escolha pode não se dar pelo que os correligionários pretendem avaliar: condições de unir as siglas e atrair mais apoios.

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Nessa disputa o ateísmo pode sair perdendo por causa dos ‘pecados’ que o camarada Eron praticou com o dinheiro público. E a turma da igreja já cuidou de atualizar a Wikipédia, informando que Eron se tornou “inelegível em 8 de junho de 2016” e terá “de devolver R$ 1,135 milhão aos cofres públicos ao ser condenado em uma ação civil pública” movida pelo MPE.

Por enquanto, a Bíblia está vencendo o Manifesto Comunista.

O PERIGOSO PT

O PT pode voltar a ser poder nesta semana, pelo menos para ajudar Michel Temer a eleger o presidente da Câmara dos Deputados, o democrata Rodrigo Maia. Com o sinal verde do presidente interino, Maia espera conseguir os votos petistas, que podem ser os 58 que o partido tem ou apenas uma parte deles. Temer tem dito a interlocutores que vai precisar do PT para governar, caso se confirme o impeachment da presidente Dilma. Trata-se de um jogo de xadrez perigoso, haja vista o mau comportamento do partido, que resultou na operação Lava Jato.

CASTRO DENUNCIOU  TRAMOIAS DO ASSESSOR

Em nota distribuída por sua assessoria de imprensa, o deputado Luiz Castro, líder da REDE, informou que o estudante Fabricio Lopes Amorim, preso durante a segunda fase da operação Alcatraz 2, deflagrada pela Polícia Civil no sábado, já tinha sido afastado de seu gabinete parlamentar, depois que ele, Castro, foi  informado de indícios do envolvimento do ex-funcionário em atividades ilícitas. Conforme a nota, o próprio deputado Luiz Castro fez a denúncia ao secretário Sérgio Fontes, na quarta-feira, colocando-o a par das suspeitas. “O secretário prontamente se encarregou de determinar a investigação”, diz a nota.

 

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ASSUNTOS: Eduardo Braga, Lava Jato, Manaus, Policia Federal, Receita Federal

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.