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Olho grande na prefeitura de Manaus


Por Raimundo de Holanda

28/03/2015 18h41 — em
Bastidores da Política



A eleição de 2016 terá, seguramente, o maior número de candidatos à prefeitura de Manaus: Alessandra Campelo é o nome do PCdo B. Chico Preto, se conseguir manter a liderança do PMN será o candidato do partido. O PSB  pode lançar Serafim Correa ou Marcelo Ramos, ou ainda apoiar a reeleição do prefeito Artur Neto. O PMDB  e o PP vão  manchar juntos. Têm quadros e afinidades. O PP apresenta  Rebecca Garcia e o PMDB Marcos Rota, com a possibilidade de optar ainda pelo senador Eduardo Braga.  O PDT espera uma definição de Marcelo Ramos, que anda descontente com o PSB,  mas está amarrado a fidelidade partidária. Se sair, pode ser punido com a inelegibilidade. Mas o partido tem Amazonino Mendes, em quem não confia. O PPS volta com Hissa Abrahão,  que terá a oportunidade de testar nas urnas se a opção de não sair candidato ao governo e apoiar o grupo do senador Eduardo Braga foi correta.  O PSD namora o prefeito Artur Neto, mas  ainda é uma relação de  desconfiança. Pode eventualmente lançar candidato a prefeito de Manaus. O PT continua sem quadros e deve se aliar ao PMDB.  O  número de candidatos deve crescer ainda mais à medida que o processo eleitoral tomar forma, o que dividirá o eleitorado e,  em tese, acabará beneficiando o projeto de reeleição do prefeito Artur  Neto.

Ponte aérea

O Senador Omar Aziz já definiu sua rotina de trabalho aos sábados e domingos. Serão dois fins de semana em Brasília e dois em Manaus por mês. Neste fim de semana na capital federal, o senador se debruçou em três proposições para a área de segurança pública, principalmente nas fronteiras por onde entram drogas e armas. O assunto foi uma das suas bandeiras na campanha eleitoral de 2014.

Violência

Um estudo realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) mostra que 80% dos homicídios que ocorrem em Manaus tem relação direta com o tráfico de entorpecentes. Entre 2010 e 2014, durante o governo de Omar Aziz, a segurança pública foi uma das áreas que mais recebeu investimentos e políticas públicas.

Pequeno ficou maior

O pequeno expediente na Assembleia Legislativa foi motivo de discussões acaloradas nas últimas semanas. O motivo: a permissão da mesa para a concessão de apartes. O tempo cresceu e o pequeno ficou maior que o grande expediente. Com tempo de seis minutos, alguns deputados chegavam a ter mais de 10 minutos de apartes. Até que Vicente Lopes resolveu dar um basta com uma Resolução acabando com os apartes. Mas aí descobriram que tem ainda os comunicados de liderança que também aumentavam o tempo. E o plenário virou “feia volante” nos bons tempos da piracema do jaraqui.

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No meio das discussões, surgiu Ricardo Nicolau com ideia genial e salvadora. Inverter a ordem da sessão. Parou na ironia do velho Belão: “Isso é inverter a cabeça pra baixo e as pernas pra cima”. O caso vai para as comissões e depois volta ao plenário.

David fala grosso                              

O novo líder do governo David Almeida resolveu assumir também o papel de secretário-representante de todas as pastas. Batendo de frente com a oposicionista Alessandra Campêlo, resolveu liderar a votação contrária a requerimentos de pedido de informações da deputada dirigida a secretários estaduais. “Não tem necessidade, eu mesmo vou trazer para a deputada todas as informações”. Desconsolada, Alessandra lamentou a atitude antidemocrática e lembrou os tempos em que foi secretária e “respondia a todos os pedidos de informações dos deputados desta casa”.

Coisa feia

A preguiça da CPI da Petrobras espanta pela inutilidade dos depoimentos? Não deveria. Afinal, o país vive um momento de total inutilidade. Dilma, o PT e o PMDB se digladiam todos os dias, enquanto o Brasil afunda na crise. Os políticos enchem o noticiário de todas as mídias falando sem dizer nada. Ou seja, continuam tratando os cidadãos como meros ignorantes. Agem com soberba de sempre, a negligência crônica e a petulância indisfarçável. O que esperar deles? Uma reforma política que só vai onerar mais o contribuinte; uma CPI que se move como uma preguiça real; e pacotes inúteis como o ajuste fiscal e a lei anticorrupção. Talvez quando ouvirem a voz das ruas já se tarde para agir. Ou reagir.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.