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O rabo preso do Greenpeace


Por Raimundo de Holanda

11/11/2016 23h00 — em
Bastidores da Política



Greenpeace está em Manaus para alavancar a campanha ambiental “Tapajós Livre”, contra a construção de grandes hidrelétricas no rio Tapajós, no Estado do Pará. O rio, que é um dos maiores da Amazônia e que ainda corre livre de barragens, está ameaçado por projetos federais para a construção de 43 grandes hidrelétricas em sua bacia. Mas enquanto aciona todo seu poder de mídia e mobilização social para defender o Tapajós, a ONG multimilionária ‘faz de conta’ que não sabe do megadesastre ecológico que está acontecendo no rio Madeira, no sul do Amazonas, justamente por conta da construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau. O Greenpeace não mobiliza para salvar o rio que já está morrendo.

A MORALIDADE E IMPESSOALIDADE DO ZÉ

Conhecido por sua postura intransigente em defesa da moralidade pública e da impessoalidade, o petista José Ricardo não aplica, na prática legislativa, o que prega da tribuna da Assembleia. Vivendo às turras com o colega de partido Sinésio Campos e ‘cansado’ de ser chamado à atenção como ‘subalt erno’ deste, o Zé apresentou um projeto de resolução pra lá de pessoal. Simplesmente a proposta institui o cargo de vice-líder para cada grupo parlamentar de, no mínimo, dois deputados. Se aprovado o projeto, que já passou na CCJ da casa, Zé Ricardo será um dos beneficiados diretos, passando a ser vice de Sinésio e não um simples subalterno.

SOB PRESSÃO

Depois de sofrer a pressão insistente do colega Dermilson Chagas, que acabou perdendo a paciência com o ‘desprezo’ da presidência e assessoria da CCJ às suas reivindicações, o deputado Orlando Cidade resolveu ‘liberar geral’ na última reunião da Comissão de Constituição e Justiça. Acusado por Chagas de ‘travar’ seus projetos e não liberar informações sobre os pareceres, na quarta-feira passada Cidade promoveu uma limpeza geral de pauta na comissão. E para ‘desmentir’ Dermilson na acusação de morosidade, passou a limpo 31 projetos em pouco mais de 10 minutos. Um recorde absoluto.

A PROFECIA

A ministra Carmen Lúcia lembrou esta semana a profecia que Darcy Ribeiro fez em 1982, dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. “O fato se cumpriu”, disse Carmen no 4º Encontro do Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual, revelando ainda que hoje um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês e um estudante do ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. 

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Só não revelou os fatos históricos do processo: na eleição presidencial de 1989, Leonel Brizola liderava as pesquisas de opinião como candidato da ‘esquerda’, contra Fernando Collor da direta. Num acordo camuflado com os militares, Lula lançou sua candidatura tirando a chance de Brizola ir para o segundo turno e ao mesmo tempo ‘matando’ a chance do projeto educacional de Darcy Ribeiro para o Brasil. 

 

 

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ASSUNTOS: amazônia, greenpeace, Manaus, rio madeira, rio tapajós

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.