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O capital político do senador Eduardo Braga


Por Raimundo de Holanda

21/05/2017 20h32 — em
Bastidores da Política



O senador Eduardo Braga continua com capital politico para disputar o governo do Amazonas, mas capital político é uma coisa volátil, sujeito aos humores de um eleitorado cada vez mais confuso. Na prática é o valor que se dá a imagem de um homem, construída ao longo do tempo. O que Braga sofre hoje é um  processo de desconstrução  dessa mesma  imagem. Uma ação intensa, agressiva. Ou ele encontra meios de conter essa sangria ou poderá ficar sem condições de disputar o pleito de agosto ou até mesmo concorrer em 2018.

RICO DIZ QUE NOTAS NÃO SÃO FRIAS

Ontem, o presidente da Rico Táxi Aéreo, Atila Yurtsever, disse à  coluna que as notas emitidas à JBS não são frias. Mas não quis entrar em detalhes sobre o aluguel de aeronave  à empresa e que custou em 2014 mais de R$ 6 milhões. 

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Já o senador Eduardo Braga,  também consultado pela coluna, negou que seu nome conste nas duas notas e disse que quem pode responder pelos serviços prestados à JBS é a Rico. 

ARTHUR SONHA COM O GOVERNO

O prefeito de Manaus, Arthur Neto, já pensa na possibilidade de disputar o mandato-tampão, com eleição marcada para agosto, ou mesmo ser uma opção para 2018. Terá dificuldades para se viabilizar. Faz uma administração fraca, distanciou - se do seu eleitorado e se isolou  politicamente.  Precisa se reencontrar, inclusive emocionalmente...

DELATOR GANHA MUITO DINHEIRO

O problema das delações virem a público sem nenhum critério é a dúvida que fica sobre o que é verdade  ou mera tentativa de descontruir pessoas, partidos politicos e, principalmente, a confiança dos brasileiros nos seus representantes. 

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Não é crivel que o Congresso Nacional tenha se transfornado em uma banca de negócios, onde o produto principal era  - segundo os delatores - os próprios parlamentares: cada um custava entre R$ 3 e R$ 5 milhões, revelou o executivo da JBS, Joesley Batista.  O rapaz conta com detalhes uma história sórdida. O problema são seus interesses de lucro - ele teria comprado R$ 1 bilhão de dólares um dia antes de sua delação vir a público, apostando na queda do Real com o impacto de suas declarações. Quer dizer, assim como ganhava supostamente comprando parlamentares, continuou lucrando ao se tornar um delator. 

DIAS DE PROVAÇÃO PARA TEMER

O presidente Michel Temer vai enfrentar nesta semana mais uma dura provação. O pedido de impeachment formulado pela OAB nacional, que será protocolado nos próximos dias. A rejeição pelo governo de Temer foi quase total, na votação que adentrou a madrugada de sábado, onde só os presidentes das seccionais do Amapá e do DF, não votaram a favor.
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Temer agora está lutando contra a maré das ruas, que em 85 com as Diretas já! Levou Tancredo Neves à presidência; em 92 derrubou Fernando Collor; e em 2016 botou fora Dilma Rousseff.
 

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ASSUNTOS: delator, Eduardo Braga, jbs

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.