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A nota distorcida da SPP-Am


Por Raimundo de Holanda

14/09/2016 19h51 — em
Bastidores da Política



A nota de ocorrência divulgada ontem pela SSP-AM, a respeito de um suposto assalto contra um policial lotado no órgão, que terminou com a morte de um dos dois assaltantes, omitiu a verdade central do fato. Na realidade, o assalto foi contra o carro da mulher do secretário da pasta, a quem o policial servia como segurança. Nada demais que a mulher do secretario disponha de proteção, assim como seus filhos. É legítimo, considerando o nivel de risco que o cargo representa. O condenável é a distorção  deliberada de uma ocorrência policial. E a distorção é dupla, porque a imprensa, pela responsabilidade  que tem com a informação, foi  ludibriada ao relatar um fato cuja versão oficial ou é  falsa ou 'caprichosamente'  distorcida. Lamentável...

 VEJA A NOTA DA SPP-AM SOBRE O CASO

"A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informa que, nesta quarta-feira (14), por volta das 13h30, um policial lotado no órgão foi vítima de assalto em uma parada de ônibus na avenida Grande Otelo, antiga Perimetral, zona Centro-Sul, por dois homens armados. 

Após entregar o celular e a carteira, o policial disparou contra os dois assaltantes, ainda não identificados. Um dos suspeitos fugiu na motocicleta e outro, que tentou fugir a pé, foi encontrado morto nas proximidades.

No local, a polícia apreendeu a arma utilizada pelo bandido, um revolver de calibre 38. A Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) irá abrir inquérito para apurar a ocorrência de roubo."

DE MAL A PIOR

Assolados pelos impactos da crise econômica nacional, vários municípios amazonenses amargam a bancarrota, com servidores e professores em desespero, aponta o deputado estadual Dermilson Chagas (PEN), citando o caso de Barreirinha, no baixo Amazonas.

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Lá, os servidores municipais não recebem salários há quatro meses e os professores são obrigados a suportar o mês com apenas 100 reais na carteira. “Merenda e transporte escolar inexistem”, diz o parlamentar.

SETOR ELÉTRICO EM CRISE

A privatização da Eletrobras, estatal que administra o setor elétrico no Amazonas, foi motivo de discussão ontem no plenário da Assembleia Legislativa. Em meio aos discursos sobre vantagens e desvantagens dos modelos público e privado, o presidente Josué Neto ponderou que independente do modelo de administração do setor, o mais importante é garantir a boa prestação dos serviços públicos à população. Segundo ele, a situação das comunidades rurais de Manaus e do interior não é nada boa, principalmente com a paralisação dos serviços do Programa Luz para Todos.

RECEITA PARA FRAUDAR URNA

Deu o que falar a prisão de duas pessoas pela Polícia Federal no Rio Grande do Sul, na segunda-feira (12), que garantiam ter a receita para fraudar as urnas eletrônicas das atuais eleições municipais. Diziam conhecer uma empresa que atualiza o software das urnas e cobrariam R$ 5 milhões para realizar a fraude da disputa para prefeito em uma cidade gaúcha.

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A PF afirma que tudo não passou de uma tentativa de estelionato e o próprio ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, tentando minimizar as coisas, assegurou que a partir do dia em que as urnas começam a ser carregadas com o sistema de votação, não podem mais ser modificadas.

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A PF efetuou prisões também em Brasília envolvendo situações semelhantes. Resta saber se não se trata de uma quadrilha agindo em nível nacional.

O ESQUEMA

A PF não conseguiu ainda prender todos os implicados no Rio Grande do Sul e em Brasília o chefe da Delegacia de Defesa Institucional do órgão, Fernando Casarin, um ex funcionário do TRE-RS, confirmou investigações da polícia para localizar a suposta empresa existente em Porto Alegre capaz de modificar votos.

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Os estelionatários disseram à PF que poderiam inserir um algoritmo ou alterar um código binário da programação de uma urna eletrônica através de um contato com a empresa que fornece o software à Justiça Eleitoral.

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ASSUNTOS: assalto, bastidores da política, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.