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No Amazonas, políticos redescobrem o rádio


Por Raimundo de Holanda

21/02/2015 0h02 — em
Bastidores da Política



Os políticos começam a redescobrir o rádio como grande veiculo de comunicação de massa, especialmente em regiões como a Amazônia, onde a Internet avançou pouco ou não se consolidou. Primeiro foi o ex-governador e senador Eduardo Braga, com o seu programa realizado aos sábados, e agora o ex-prefeito Amazonino Mendes, disposto a sair do isolamento e reforçar sua liderança, especialmente em Manaus. 

Nos municípios do Amazonas, o rádio ainda é usado para recados, avisos e o lazer de muitas famílias. Pode ser acessado nos lugares mais distantes e isolados. Há mais gente que escuta rádio do que vê televisão, o que torna esse veiculo muito procurado  pelos políticos.

DORMINDO COM O INIMIGO

O PMDB vai apresentar na TV, daqui a uma semana, uma cara menos governista. Mas na vida real já vem mostrando que está cada vez mais independente e menos aliado do governo do PT. As eleições de Renan Calheiros, no Senado, e Eduardo Cunha, na Câmara, colocaram o partido no comando das regras políticas. Antes de o programa ir ao ar, na noite de quinta-feira, Cunha vai anunciar ao meio dia a instalação da CPI da Petrobras, com ou sem indicação dos membros pelos partidos. Os rumores são de que o partido quer deixar o governo “acuado”, para mostrar que não concorda com as medidas impopulares da presidente Dilma.

 MARCELO DECIDE ESPERAR

Diante de circunstâncias desfavoráveis neste momento, o ex-deputado Marcelo Ramos não deve tomar nenhum posicionamento a respeito de mudança de partido agora. Terceiro colocado nas eleições para o governo em 2014 e cotado para a disputa da prefeitura em 2016, Ramos começa a ver o PDT como uma possível “armadilha”, onde ele ficaria sem espaço para as suas pretensões. O partido está se aproximando demais do grupo no governo, e mesmo que o cacique Amazonino seja expurgado da sigla, por lá já existem candidatos demais para a vaga. Esperar a Rede é a melhor opção.

 O PODER DA CORRRUPÇÃO

A corrupção no sistema financeiro mundial se tornou uma monstruosidade sem limites. Só nas contas secretas do HSBC estão cadastrados 106 mil clientes de 203 países, particularmente em uma das suas agências na Suíça. Por elas passaram e passam bilhões e bilhões de dólares oriundos de sonegações, evasões, corrupção e desvios clandestinos. A Espanha já recuperou 260 milhões de euros e o HSBC é acusado de ajudado 8,7 mil clientes brasileiros a depositar cerca de U$ 7 bilhões em seu banco na Suíça. Parte do dinheiro lavado é fruto da corrupção na Petrobras. 

SEM PROCURAÇÃO

O juiz da 35ª Zona Eleitoral de Autazes/AM, Glen Hudson Paulain Machado, deu prazo de dez dias para os partidos políticos PTdoB, PRTB, PP, PSD, PHS, PMN e PRB regularizam suas representações processuais de prestação de contas do exercício de 2013. Entre as falhas detectadas está a inexistência, em alguns casos, da procuração ao advogado.

MOLHANDO O BICO

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas vai consumir, em 2015, 15 mil unidades de água mineral com gás e mais 48 mil sem gás. Em embalagens de 350 ml, as 63 mil garrafas de água produzidas pela Santa Cláudia vão ser fornecidas pela Importadora e Distribuidora Raman ao custo de R$ 37.050.

LICITAÇÃO SUSTADA

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Alípio Reis Firmo Filho, concedeu medida cautelar sustando a homologação                 de certame vencido pela  empresa Vast S/A,  que ganhou  licitação para produção e transmissão, via satélite , de aulas para a Seduc. A cautelar foi pedida pela Jobast Produções Cinematográficas.

DE OLHO NA ARRECADAÇÃO

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) quer criar um Disque-Denúncia com o objetivo de que trabalhadores denunciem fraudes contra direitos trabalhistas. O projeto da senadora visa reduzir as fraudes contra benefícios trabalhistas e previdenciários, as quais, diz ela, ocasionam prejuízos aos mais necessitados e ã arrecadação da União.

SAIU DE MODA

O deputado Luiz Castro (PPS) fez um post onde ressuscita duas palavras que, há muito tempo, parecem ter sido banidas do vocabulário dos políticos. Castro afirma que, tentar justificar a corrupção presente pela do passado é o mesmo que dizer que se os outros fizeram errado não há mal  nenhum  repetir a dose. Ele conclui: “Nessa lógica onde fica a ética e o bem comum?” Pois é, o bem comum parece que saiu de moda…

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.