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Lava jato fecha o cerco sobre lideranças da região


Por Raimundo de Holanda

05/09/2017 18h56 — em
Bastidores da Política



O cenário projetado para 2018 com base na ‘mexida’ do tabuleiro com a eleição suplementar no Amazonas é mesmo mera projeção,  passível de alterações radicais provocadas principalmente  pelas ações encaminhadas à justiça  pela Lava Jato, que fechou o cerco em cima de expoentes regionais delatados por executivos da Andrade Gutierrez e da Odebrechtt.

NOVA GERAÇÃO CONTAMINADA

O problema para 2018 é que a nova geração de políticos não é exatamente nova. Ou são rebentos da velha política ou se contaminaram por ela.  A eliminação dos "novos" políticos no primeiro turno da eleição suplementar no Amazonas mostrou que o eleitor preferiu apostar na experiência do que embarcar em mais uma aventura. Não foi mera coincidência  que dois veteranos , Amazonino e Eduardo Braga, disputassem o segundo turno.

EQUÍVOCO  OU MÁ FÉ

É um equívoco dizer que a grande abstenção, mais votos nulos e brancos, que somaram cerca de 1 milhão - se deveu à rejeição de Amazonino e Eduardo Braga. Isso é não considerar  o resultado do primeiro turno, onde foram eliminados pelo eleitor  Rebecca Garcia, Luiz Castro, Zé Ricardo, entre outros.

MALAS DE DINHEIRO

Lava Jato voltou a se fortalecer com a abertura do bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima pela PF, que encontrou caixas e malas ‘entupidas’ de dinheiro sujo.

A ‘dica’ foi do doleiro Lúcio Funaro, cuja delação foi homologada ontem pelo ministro Edson Fachin, do STF. Políticos de todos os naipes estão com a ‘barba de molho’.

QUE  NEM GELO

O grupo do governador interino David Almeida começa a se desfazer.  David retornará  ao comando da Assembléia Legislativa - após a posse do governador eleito Amazonino Mendes - na condição   de "rainha da Inglaterra". Terá a pompa do cargo, mas as decisões passarão a ser tomadas pelos 23 deputados,  ansiosos por um ombro amigo que o governador interino já não tem.

DE BEM COM A VIDA

De bem com a vida, o governador eleito Amazonino Mendes encaminhou sua prestação de contas ao TRE, revelando gastos ‘modestos’ - R$ 5,336 milhões nos dois turnos - em relação às campanhas estratosféricas de antes da nova lei eleitoral.

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De gastos em dinheiro, Amazonino só despendeu R$ 3,6 milhões, o restante foram recursos estimáveis. O relator das contas é o desembargador João Simões.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.