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Hospitais transformados em câmaras de morte com assaltos à saúde


Por Raimundo de Holanda

21/10/2017 21h06 — em
Bastidores da Política



O setor da saúde virou um pote de ouro para maus governantes, cooperativas em geral que vendem facilidades e servidores públicos corruptos. Ao não prestarem os serviços contratados e receberem por eles, as cooperativas e outras organizações  contratadas pelo Estado alimentam nas enfermarias  dos hospitais públicos culturas de bactérias que matam, fazem os medicamentos desaparecer das prateleiras e o ar escassear nas UTIs. Na prática, essa gente transformou os hospitais em câmaras de morte. 

É preciso punir essa gente com rigor, pois são inimigas da sociedade. Produzem uma violência silenciosa  que mata mais do que a guerra do tráfico e vicia uma geração de gestores públicos, políticos  e empresários - com algumas exceções - que está levando o Amazonas e o Brasil para o fundo do poço. Esses são os verdadeiros criminosos. 

Até 2011, segundo levantamento do  Ministério da Saúde e Controladoria Geral da União (CGU) o  montante de dinheiro que desapareceu nessa área somava   R$ 6,89 bilhões em todo o Brasil. De lá para cá tudo piorou. 

O que essa gente está fazendo é tornar o assalto a um banco, por exemplo,  coisa pequena, porque no caso deles  não estão levantado apenas o dinheiro, eles estão matando pessoas, lentamente e da forma mais cruel possível.

O rastro que esses criminosos  deixam é desolador. Além da carnificina que provocam nos hospitais, onde nada se cura e a morte está sempre presente, médicos e outros servidores ficam sem salários ou sem receber por longos períodos por "falta de verba". 

Por algum razão a policia, o ministério publico e a justiça são seletivos quando investigam denúncias de corrupção na área da saúde, como se apenas empresários fossem os cabeças de um esquema que tem raízes em outros grupos. 

Há uma contaminação geral do tecido social. É aí que a investigação para, diante do temor de que esse mundo desabe e leve com ele todas as instituições.  Ou parte delas...

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.