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Greve de perdedores: os caminhoneiros, o governo, a sociedade


Por Raimundo de Holanda

26/05/2018 17h54 — em
Bastidores da Política



O governo está perdido diante da ‘força’ demonstrada pelos caminhoneiros. E em qualquer situação que termine a greve o Brasil terá perdido por causa da fraqueza política, administrativa e jurídica do País, nas três esferas de poder. Não há o que esperar mais, senão prejuízos.

Dizem que o inferno é pouco para os pecadores. Pois bem, o governo Temer comete o pecado capital de tentar esconder os ‘podres’ dos governos de Lula, do qual é cúmplice.

O país destruído pela corrupção institucional, agora tem suas entranhas expostas por uma reivindicação de trabalhadores. A Lava Jato mostrou o lado político; Temer escondeu o resto.

Pior, tenta consertar o estrago ‘enfiando’ a bomba de combustível para sugar o bolso do trabalhador. É o maior filão de impostos do país e a greve escancara isso.

Para não deixar de arrecadar R$ 9 bilhões, o governo agora terá de perder pelo menos R$ 26 bilhões, que é o custo fiscal estimado do desabastecimento. Estamos no mato sem cachorro.

O COLÁPSO DO BOM SENSO

As redes sociais estão mostrando que o colapso de bom senso não é apenas do governo. Com a greve dos caminhoneiros, as turmas dos perfis ‘robotizados’ travam sua própria batalha de alienação virtual. Direta, esquerda, centro travam sua própria guerra de retórica ‘analfabética’.

ARTHUR CAIU NUM VESPEIRO

O prefeito Arthur Neto foi até os caminhoneiros negociar a manutenção dos serviços essenciais de Manaus. Mas caiu num ‘vespeiro’ onde ouviu desaforos por si e pelos que se esconderam do diálogo direto. Manteve-se sereno, e saiu de lá com as cotas de combustível para a cidade. 

 LIMINAR CONCEDIDA

A desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, do TRT da 11º Região, determinou ontem em liminar que os rodoviários não realizem greve prevista para terça-feira. Além de multa de R$ 30 mil por hora ao sindicato, determinou o uso de força policial para cumprir a ordem.

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ASSUNTOS: Brasil, Greve-caminhoneiros

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.