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Gilmar Mendes é vítima do ódio que divide o País


Por Raimundo de Holanda

28/01/2018 19h43 — em
Bastidores da Política



É natural  ser hostil em um País claramente dividido pelo ódio. Ódio aos políticos, ódio aos empresários, ódio aos que prosperam e ódio a quem  defende a  liberdade sem ser tolerante com a licenciosidade. 

O lamentável incidente ( o segundo em menos de três meses) envolvendo o ministro Gilmar Mendes, durante voo para Mato Grosso, é revelador do tamanho desse sentimento que tomou conta de muitos brasileiros. E da falta de limites de cidadãos confusos, sedentos de sangue. 

Quando um ministro da mais Alta Corte do País é  assediado publicamente ali reside, também,  uma  clara ameaça à democracia e uma lamentável tolerância  com o deboche, como se a má conduta fosse uma regra.

 Primeiro foi em Lisboa, ontem em Mato Grosso. E ninguém diz  nada - nem mesmo o Supremo Tribunal Federal -  a casa do ministro, se manifesta para afirmar que ele, Gilmar, como qualquer cidadão, não pode ter o direito de ir e vir ameaçado.  Se um ministro pode ser constrangido, assediado, coagido em voo comercial, qualquer um corre esse risco. E o resultado disso será, lá frente, o cerceamento de direitos fundamentais.

Gilmar não é um problema, como muitos pensam.  Ele é a resistência dentro de uma Corte movida pelas paixões da opinião pública. Isso explica, em parte, a animosidade  de ontem, mas o assédio raivoso ao ministro  é intolerável

 

INVESTIGAR É PRECISO

Está na hora dos órgãos de fiscalização do poder público realizarem uma ‘varredura’ geral nas contas dos últimos governos, mas não somente na contabilidade de órgãos e gestores. É preciso aprofundar o olhar da lupa nas denúncias, até o balanço dos fornecedores.

As investigações do MP e Polícia Federal vem mostrando um relacionamento no mínimo ‘comprometedor’ entre poder público e empresários, igualmente como acontece no âmbito da Lava Jato.

VEJA EXEMPLOS

Dois exemplos nesta semana envolvendo a Seduc – as contas irregulares do ex-secretário Rossieli Soares e a denúncia de propina do ex da Sefaz, Afonso Lobo – mostram essa relação danosa ao erário.

E não se justifique que a gestão da empresa privada está fora do âmbito da fiscalização pública, porque os contratos, serviços e pagamentos licitados são de origem pública.

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ASSUNTOS: Gilmar Mendes, Lava Jato

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.