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Empresas têm direito a interagir com a política


Por Raimundo de Holanda

19/02/2015 0h00 — em
Bastidores da Política



A senadora Vanessa Grazziotin, que recebeu doação de campanha de empresa fornecedora da Petrobras (Camargo Corrêa), agora defende o fim do “financiamento empresarial” das campanhas, citando como exemplo o escândalo que se abateu sobre a estatal. Com isso, a senadora remete a instituição empresarial à vala comum da corrupção praticada dentro do governo que ela defende. Afinal, empresas são instituições da sociedade civil e assim como os cidadãos têm direito constitucional de interagir com a política. Excluída essa participação, o controle das campanhas vai ficar nas mãos do governo, com dinheiro tirado do bolso do cidadão.

A GLOBO POR TRÁS DO GOLPE MILITAR

O golpe militar que implantou a última ditadura no Brasil já completou 50 anos (2014), mas as revelações de bastidores ainda surpreendem. Um telegrama confidencial datado de 13 de agosto de 1965, enviado pelo embaixador americano Lincoln Gordon, revela que o poderoso dono das Organizações Globo, Roberto Marinho, tramava “silenciosamente” o endurecimento do regime ainda com o ditador Castelo Branco. Em julho, Marinho tentou convencer Castelo a prorrogar seu mandato ditatorial, mas este recusou. Mas o dono da Globo conseguiu indicar Juracy Magalhães, para ser ministro da Justiça. Juracy apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.

OS DESAFIOS DE ARTUR

O prefeito Artur Neto já vive os meandros das articulações políticas visando sua candidatura à reeleição em 2016. Para ele, 2015 vai ser um ano de “aperto” financeiro, mas também um ano de “acertos” em sua base política e no fortalecimento da aliança com o governador José Melo. Artur ainda tem folga na aprovação do seu governo, mas não pode esquecer que no meio do caminho de eventual segundo  mandato terá uma disputa pelo Senado em 2018, com duas vagas. Se decidir pela disputa, o prefeito terá uma revanche com a senadora Vanessa Grazziotin. 

DILMA QUER SER O QUE NÃO  É

A presidente Dilma está tentando ser o que não é, uma pessoa política. Há 12 anos no governo petista, a ex-guerrilheira sempre teve dificuldades em lidar com os políticos. Agora que está no seu segundo mandato precisa aprender o “jogo de cintura” que ela não tem. Bom para os adversários, ruim para ela e para o PT, que juntos vão enfrentar um Congresso agressivo em sua primeira reunião do ano. O que pode ser bom também para o trabalhador, se for derrubado o veto ao reajuste do IR pessoa física. Milhões de pessoas vão deixar de pagar.

PRÁ QUE SERVE A ANATEL ?

A Anatel, agência reguladora das telecomunicações, deixou de ser uma defensora da sociedade para agir claramente em defesa dos interesses do oligopólio das telecomunicações no Brasil. Um exemplo, as TVs por assinatura estão completamente livres de qualquer fiscalização ou controle em suas prestações de serviços. As denúncias ocorrem aos milhares todos os dias contra práticas de desrespeito com os consumidores. E apesar de serem recordistas em reclamação, se mantêm com toda liberdade para perpetrar ilegalidades, sem que ocorra qualquer intervenção da agência do governo.

INDIGNAÇÃO CRISTÃ

O deputado Silas Câmara (PSD) está tão indignado com a execução de 21 cristãos pela organização terrorista Estado Islâmico, no ~ultimo dia 16, que vai propor à Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados que pressione o governo brasileiro a se posicionar contra esse ato de barbárie.

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.