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Empresa acusada de pagar propina a políticos do Amazonas ganha contrato de R$ 8,8 bilhões com Eletronorte


Por Raimundo de Holanda

10/06/2017 16h21 — em
Bastidores da Política



A Eletrobrás não se preocupou  em introduzir uma cláusula antipropina nos contratos com empresas que participaram do leilão para  aquisição de energia elétrica e potência associada nos sistemas isolados da concessionária Eletrobras Distribuição Amazonas e desta forma facilitou a participação da construtora Etam no processo.  

A Etam é acusada em delação da Lava Jato de fazer contratos fictícios para pagar propina a dois  ex-governadores do Amazonas  durante as obras da Ponte Rio Negro.  

Agora, em consórcio com o grupo Oliveira Geração de Energia, a  construtora ganhou três  dos cinco lotes disputados, em contratos que somam  R$ 8,8 bilhões . 

A cláusula antipropina impede que quaquer empresa participe de leilões ou seja  contratada caso comprovado   ter oferecido propina. Pelo dispositivo, é obrigada  a se  comprometer a não oferecer “qualquer pagamento  a indivíduos ou entidades ligadas ou não à administração pública, “inclusive partidos políticos, membro de partido político, candidato a cargo eletivo”.  O dispositivo já é adotado pela Petrobrás e levou a petrolifera a romper recentemente  um contrato com o grupo  JBS. 

Embora nada tenha sido provado contra a Etam, a delação vem sendo investigada. Mera suspeita,entretanto, já afasta qualquer  empresa de  processos licitatórios.  Caso a Eletrobrás estivesse minimamente preocupada com o  problema, a participação da ETAM teria sido vetada.  

Cabe agora aos órgãos de controle, senão trabalhar pelo rompimento dos contratos,  acompanhar sua execução, a ligação da empresa com políticos da região e estabelecer limites inclusive para saques, especialmente nesse período eleitoral, no qual um dos  personagens volta à  cena em eleição suplementar no Estado do Amazonas.

PARCERIA DO PCDOB COM BRAGA

O PCdoB fechou com o senador Eduardo Braga e redita a aliança de 2014. É uma adesão  de conveniência. O partido de Eron e Vanessa não indica a vice,  mas faz aposta no futuro. Se Braga se eleger, os comunistas  se apossam de secretarias importantes, como Sepror e reeditam  feudo que durou  7 anos  dos  dois últimos governos do senador.

JUMA E O EXÉRCITO

Não só o presidente Michel Temer foi absolvido ontem. Em Manaus, o Exército também deixou de ser réu em processo do MPF-AM, pela morte da onça Juma, durante a passagem da tocha olímpica pela cidade. O inquérito aberto pele PF não encontrou provas suficientes de crime.

MELO RECORRE

Outro que tenta reverter decisão contrária é o ex-governador José Melo, que no dia 8 recorreu ao TSE contra a cassação do seu mandato e de seu vice, Henrique Oliveira. O recurso tem mais de 70 páginas e nele Melo volta a questionar a legalidade da operação policial que serviu de base ao processo.

DE SAÍDA DO GOVERNO

Com a vitória de Temer no TSE, o PSDB está cada vez mais próximo de desembarcar do governo. Já amanhã poderá ser tomada a decisão final sobre a permanência ou não, em reunião do Diretório Nacional.

De olho no ‘vácuo’ que os tucanos deixariam, o velho Centrão (PP, PR, PTB, PRB e PSC) com o "baixo clero", enxerga na turbulência a oportunidade de ser o "ombro amigo" para Temer.

 

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ASSUNTOS: Braga, etam, LAVAJATO

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.