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E agora, José ?


Por Raimundo de Holanda

28/05/2015 23h12 — em
Bastidores da Política



José Roberto, conhecido traficante de Manaus, retornou ontem mesmo ao presídio depois que o desembargador Flávio Pascarelli Lopes, corregedor do Tribunal de Justiça do Amazonas, visitou a cadeia juntamente com o secretário de Relações Institucionais do Governo, Francisco das Chagas Cruz, e concluiu que não havia  fundamento jurídico, nem fático, que autorizasse o interno a cumprir 30 dias de prisão domiciliar.  A causa da liberação do traficante foi o fato de o presídio supostamente não ter condições de proporcionar o tratamento de uma lesão no joelho, após cirurgia realizada pelo apenado  semana  passada.  A juíza que havia adotado a medida, explicou que dois laudos médicos balizaram sua decisão.

O episódio tem seu lado positivo: o   recuo da magistrada dignifica a justiça, por que mostra que as decisões judiciais podem ser imediatamente revistas, caso representem de alguma forma privilégios  a um condenado. Segundo, a presença do estado, informando, diligenciando, é coisa nova que reacende a confiança, que o cidadão parecia ter perdido de vez, nas instituições.

SUFRAMA DEIXA EMPRESÁRIOS NO SUFOCO

Com um comando provisório, os servidores em greve e esquecida pelo governo federal, a Suframa começa a dar prejuízos para as empresas do Parque Industrial de Manaus, e em consequência para o próprio governo ao qual está subordinada. Segundo o  Cieam, o prejuízo diário das empresas com a greve gira em torno de R$ 300 milhões. Sem a prestação de serviços, cai a zero a arrecadação da TAS, que vai direto para o Tesouro Federal.

 E tem ainda a ameaça da paralisação dos analistas tributários da Receita Federal, que atuam na liberação de componentes e mercadorias para a indústria. E a dos motoristas dos ônibus especiais, que transportam os 100 mil trabalhadores do Distrito.

 ELFANTE BRANCO

O deputado Dermilson Chagas ouviu do ministro da Pesca, em Brasília, que o Terminal Pesqueiro de Manaus pode virar um “elefante branco”, porque o térreo não tem sustentação e a obra está trincando. Mas todos os envolvidos no projeto sabiam que o terreno escolhido, no bairro Colônia Oliveira Machado, era um simples aterro lançado sobre uma montanha de serragem à beira do rio Negro. A extensão da margem do rio nasceu do enorme acúmulo de resíduo do corte de madeira da antiga Serraria Pereira, do empresário português Roberto Pereira. Sobre essa “base” de pó de serra e toras de madeira das jangadas, no fundo do rio, foi lançado o aterro de barro.

PROPAGANDA IRREGULAR

Embora nenhum dos dois tenha conseguido se eleger, representação por propaganda eleitoral irregular na campanha de 2014 contra o sindicalista Josildo Oliveira e o presidente do PCdoB no Amazonas, Eron Bezerra, foi considerada procedente pelos juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas. Quais as consequências disso? Nenhuma...

FORA DA REALIDADE

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) a crise econômica pela qual o país passa é culpa da mídia. Diz ela que ao mostrar um cenário catastrófico para o país, o mercado e mídia ajudam a produzi-lo.  Vanessa anda cada vez mais distante da realidade...

JARAQUI NA REFORMA

No sábado, 30, o projeto Jaraqui vai reunir cientistas políticos, sociólogos e políticos, entre outros interessados, para debater a reforma política que está em andamento no Congresso Nacional. Diz o professor universitário Ademir Ramos que as questões locais também serão discutidas. O Jaraqui tem tribuna na Praça da Polícia, a partir das 10h.

ARMANDO A MALOCA

Para o deputado estadual Sinésio Campos (PT), a questão indígena é um dos temas mais polêmicos e também mais evitados pelos políticos. Mesmo assim, o deputado, que é um simpatizante da causa da exploração mineral, continua a buscar formas de regularizar a exploração de minérios em terras indígenas.

O GENERAL E A AMAZÔNIA

Para o general do Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, comandante do CMA, que ontem recebeu o título de Cidadão do Amazonas, na Assembleia Legislativa, “servir à Amazônia é um privilégio, e lutar pelo seu desenvolvimento sustentável é uma obrigação”. O militar é um dos altos oficiais do Exército Brasileiro que defendem a integridade da Amazônia e que trabalham para que suas riquezas não sejam exploradas para simplesmente serem exportadas, sem trazer benefícios para o seu povo e para o país. 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.