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Dilma levada ao cadafalso em troca de 30 moedas...


Por Raimundo de Holanda

31/08/2016 23h57 — em
Bastidores da Política



Por que parcela importante do PMDB votou sim pelo impedimento da ex-presidente Dilma e não para a perda dos direitos politicos?  Um certo remoroso, uma dose excessiva de culpa  pelos desatinos cometidos  pelo governo do qual o partido não era mero coadjuvante.Participava ativamente de decisões fundamentais para o Pais, ocupando as melhores pastas. Mais do que o suposto protagonismo de Renan Calheiros,o que ficou foi a impressão de que Renan e alguns ex-ministros estavam entre constrangidos e envergonhados.   Não foi fácil levar Dilma ao cadafalso em troca de 30 moedas...  

Renan Calheiros foi o primeiro a  se unir ao PT no momento final do processo de impeachment, e levou na carroça Eduardo Braga (PMDB-AM),Antonio Carlos Valadares, Edison Lobão (PMDB-MA),Hélio José (PMDB-DF),Jader Barbalho (PMDB-PA), João Alberto Souza (PMDB-MA),Raimundo Lira (PMDB-PB) e Rose de Freitas (PMDB-ES), impedindo  que a ex-presidente Dilma fosse ‘castigada’ com a perda dos direitos políticos.

Como no relato bíblico, as moedas ‘queimaram’ as mãos dos 'amigos' antes mesmo de terminar a ‘crucificação’ da ex-aliada. Esse foi o motivo pelo qual os senadores do maior partido do Brasil, logo depois de cassar o mandato de Dilma  ‘enfrentaram ’ os novos aliados DEM e PSDB com um ‘pedido de desculpas’, definido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, como “um dízimo” dos que deviam favores à governante cassada.

O DIA SEGUINTE

Como o impeachment já é passado, o que mais se teme agora em Brasília são os processos em andamento na Operação Lava Jato, que envolvem nomes dos mais ilustres da política na República.  Neste grupo estão os caciques mais notórios do PMDB.

MELO É DECISIVO, MAS 'ALIADOS' NÃO ENTENDEM

O governador José Melo enfrenta as ‘unhas de gato’ de candidatos que não querem a sua aproximação com receio de perder votos. Melo, que enfrenta já um ano e meio de grandes dificuldades para ‘equilibrar’ as contas do Estado, está ‘isolado’ da campanha municipal, mesmo com todos os aliados envolvidos na disputa . Por trás dos panos, porém, todos querem dar um ‘beliscão’ no potencial da máquina do governo, que é sabidamente a maior força política do Estado. “Mas para morder o doce tem de provar primeiro o amargo”.  É a máxima de Melo.

Até agora nenhum teve a coragem de provar o amargo da receita que transformou o Amazonas num dos quatro estados brasileiros a se manter com as contas ajustadas durante a crise.

Melo fez o dever de casa e assumiu o ônus de uma impopularidade previsivel.  Não é dificil reverter esse quadro. É só mostrar que eram, como foram, medidas necessárias e inadiáveis. A prova de sua importância está aí: servidores com pagamentos em dia, e o Estado  ainda pequeno, mas enxuto e funcionando. Melo pode dar um "doce" para os aliados circunstanciais e ficar de fora mesmo dessas eleições. É o melhor que tem a fazer....

O 13 DA MORTE

Segundo o  Tarot, o 13 é o número do arcano, "a morte". Para Dilma Rousseff, agora ex-presidente da República, o 13 foi mais do que fatal por se tratar de um número cuja simbologia sugere mudanças e planejamento da parte de quem o cultiva.

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Não foi o caso de Dilma, que extrapolou as regras do 13 e acabou vítima do número implacável. O 13 é a marca eleitoral do PT e Dilma caiu após 13 anos de desgovernos petistas, além do que 31, a data da sua ida ao patíbulo no Congresso Nacional, é 13 ao contrário.

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Diz a história que muito antes de Cristo na Roma antiga, nenhum decreto era assinado no dia 13. Hesíodo, no século VII a.C. aconselhava que nada deveria ser plantado no dia 13.

DEPOIS DE DILMA

Para o líder do governador José Melo (Pros) na Assembleia Legislativa, deputado David Almeida (PSD), depois da saída de cena de Dilma Roussff, o presidente Michel Temer (PMDB) terá a obrigação de enviar logo ao Congresso o pacote completo de reformas estruturantes, necessárias para reorganizar o caos em que se encontra a economia brasileira.

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“O país tem que retomar os trilhos do desenvolvimento, a indústria tem que voltar a produzir com força, o comércio tem que deslanchar e o povo tem que voltar a dispor de empregos para sair da marginalidade e do abandono”, disse o parlamentar.

 

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ASSUNTOS: dilma, impeachment., michel temer, pmdb

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.