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​Delação ou Acordo de Leniência?


Por Raimundo de Holanda

28/11/2015 0h53 — em
Bastidores da Política



Para continuar no mercado,  a Andrade  Gutierrez resolveu abrir o jogo. Firmou acordo de leniência  que  vai permitir sanções menores  ou reduzir o risco de sua exclusão de futuras licitações. Mas terá  que apresentar provas, como por exemplo, de que pagou - como disseram seus executivos - propina  a agentes públicos durante as obras das arenas  da Copa do Mundo de 2014. O anúncio feito ontem assanhou meio mundo  em Manaus, mas esse tipo de acordo, embora facilite novas investigações, é apenas uma admissão de que fez uso de suborno para fortalecer sua presença em várias obras realizadas diretamente pelo  governo federal ou em parceria com os Estados. Por isso se dispôs a “ devolver” mais de R$ 1 bilhão. Cabe agora ao Ministério Público investigar, colher provas. A empresa terá  que mostrar como esse dinheiro saiu de seus cofres e  em quais mãos chegou. Trabalho que não é simples, mas pode passar definitivamente o País a limpo.
A delação é mais direta. Geralmente feita em função da promessa de redução da pena de um acusado.  No caso do setor elétrico, há nomes citados pelos executivos da empreiteira, como o do senador Edson Lobão e o do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.  Quem esperava um  nome daqui da terrinha, se decepcionou. 

O QUARTO ELEMENTO

Não é uma paródia do filme “O Quinto Elemento”, mas a força-tarefa dos órgãos de defesa do consumidor estão querendo identificar o ‘quarto aumento’ no preço dos combustíveis nos postos de Manaus, não autorizado pela ANP. Como no filme, os defensores querem estabelecer uma linha lógica entre os três aumentos autorizados e esse aumento ‘fantasma’ que cai no bolso dos consumidores manauaras, toda vez que a bomba é ligada para abastecer os veículos. Existe duas possibilidades: uma Ação Civil Pública ou uma Ação Administrativa contra os que praticam preços abusivos.

TROPA DE CHOQUE DO TCE
 

O TCE-AM vai contar a partir do próximo ano com uma ‘tropa de choque’ de 120 Agentes de Controle Social, espalhados em vários municípios do Amazonas. Eles são membros de conselhos sociais, entidades associativas e servidores públicos, que receberam ontem o certificado do curso específico promovido pela Escola de Contas Públicas do tribunal. No curso eles aprenderam a manejar as ferramentas necessárias para o acompanhamento e a fiscalização da gestão do dinheiro público.

QUEDA EM PITINGA
 
O alerta do geólogo Fred Cruz, do DNPM, sobre a queda na produção mineral no Pitinga, foi confirmado pela estimativa do Instituto Aço Brasil, divulgada ontem. Segundo o IAB o dado é mais alarmante do que se esperava. A queda na venda de produtos siderúrgicos no mercado doméstico deverá ser de 16,3% em 2015, para 18,2 milhões de toneladas, o mesmo nível de 2006. Já há um abismo de cerca de 15 milhões de toneladas entre vendas e produção interna. Como Pitinga produz o principal componente da liga dos minerais, o estanho, a crise vai ser braba.
 
EXPULSÃO

Na próxima semana o PT vai discutir a expulsão do líder Delcídio do Amaral do partido. Depois que Lula pressionou pela expulsão de José Dirceu, envolvido no escândalo do Mensalão, agora Delcídio começa a incomodar a cúpula petista com sua prisão e provável cassação pela Câmara dos Deputados. No nível que as coisas chegaram o PT quer mais é se livrar dos ‘aloprados’.
 
 
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.