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Cumplicidade com o mal


Por Raimundo de Holanda

11/06/2020 21h12 — em
Bastidores da Política



A desconstrução do "outro" nunca esteve tão presente em nossas vidas como agora. Há uma luta entre anjos e demônios que habitam em nós e tem como arena aplicativos como o WhatsApp, transformado por alguns em um grande centro de espetáculo de morte e aplausos, um novo coliseu, agora virtual. 

Nessa batalha, onde somos mais que espectadores, pois aplaudimos e alimentamos os demônios com nossa leitura e nosso compartilhamento, muitos são atingidos, expostos a humilhações, destruídos em suas reputações, envolvidos por uma rede de intrigas cujos manipuladores se conhece.

Sem perceber, também golpeamos, também participamos desse massacre, também somos, de certa forma, criminosos. Porque compartilhamos ou aceitamos sem gritar que esse “espetáculo” precisa parar. No mínimo, somos cúmplices.

Tenho visto muitos amigos serem atingidos.Vítimas da mentira, da crueldade, da falta de consciência de gente que lucra com o mal.

Ficou fácil mentir, falar do outro, criar situações que constrangem, denigrem e ferem.

Na revolução da comunicação que estamos vivendo  sem aproveitar o  seu lado bom, nos tornamos mais distantes, mais cruéis, mais banais.

Nenhuma lei vai mudar esse quadro - Lei das Fake News -  ou outro nome que tenha.

Sem educação, sem  a noção de limites esse espetáculo ruidoso e mortal vai continuar acontecendo, pois está entrando nas casas, matando nossos amigos. Hoje são eles as vítimas, amanhã  pode ser um de nós…

As redes sociais não foram feitas para denegrir ou destruir reputações. Foram feitas para aproximar pessoas.

A aposta é que em um  futuro bem próximo se exclua dela os demônios e prevaleçam os anjos e a humanidade que ainda há  em cada pessoa que cria o seu perfil para dizer ao mundo: eu existo, eu amo, eu contribuo com esse Planeta que pode ser melhor do que é agora.

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ASSUNTOS: #rede de intrigas, anonjos e demônios, fake news, whatsapp

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.