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Crime organizado e generalizado. Delinquentes e gente honesta se confundem


Por Raimundo de Holanda

13/12/2017 20h19 — em
Bastidores da Política



“Operação Custo Politico”, chacina na Compensa, ameaça de novo massacre por supostos membros da FDN, repetindo as mortes do final do ano passado, revelam que o crime é generalizado. Está nos poderes do Estado, nas instituições do Estado - todas elas - e na periferia. Vivemos um estado onde o crime estendeu seus tentáculos do poder público  à sociedade civil organizada. 

É uma situação dramática, triste, onde delinquentes e gente honesta se confundem. A impressão é que todos fazem parte de uma grande organização criminosa. Mas há exceções, gente boa,  que vive do trabalho, que sonha com um Estado novo, com um País novo. Gente que tem ideais e luta por eles.

Uma operação como a desencadeada nesta quarta-feira  pela Polícia Federal é uma singela reação ao mar de corrupção que se espalha por toda parte. Mas há na iniciativa valor pedagógico, porque não apenas  prende eventuais culpados por esquemas de desvios de dinheiro público - tem impactos em negócios obscuros que estavam na incubadeira ou prontos para ser paridos.

O preço que a sociedade paga por esses desvios é muito alto. Quando ocorre no setor de saúde, o crime é maior, porque afeta os estoques de sangue, de soro, o trabalho de médicos, o fornecimento de leitos, o abastecimento das farmácias dos  hospitais. O saque é geral. São agentes da morte travestidos de agentes públicos. 

Devem ficar onde estão, como exemplo para centenas de milhares de outros saqueadores, prontos para dar o bote. Esses, pelo menos, agora vão esperar o melhor momento. Mas se a sociedade estiver vigilante, terminarão presos. A questão é onde colocá-los, se todos são "doutores", com direito a prisão especial.

Comemoração

Ao saber da “Operação Custo Político” da PF, o deputado Augusto Ferraz comemorou da tribuna: “Quero que sejam presos e que não saiam da cadeia. Eles prejudicam empresários, o governo e a população. Se eu tiver errado também podem me prender. Não tem problema.”

Reforço nas ruas

Conforme o secretário de Segurança Pública do Estado, Bosco Saraiva, a devolução dos 34 policiais da ALEAM reforçará o patrulhamento comunitário na zona centro-sul de Manaus, melhorando as ações de segurança em uma importante zona da cidade.

Repúdio

Uma audiência pública, realizada na última segunda-feira em Iranduba, repudiou a construção do presídio federal de R$ 40 milhões no município. O repúdio fortalece o movimento desencadeado pelo MP-AM contra a unidade prisional de segurança máxima pretendida pelo governo Michel Temer no Amazonas.   

Tese de Arthur  

Jogando ‘abertamente’ e ganhando apoio da grande mídia nacional, o prefeito Arthur Virgílio conquistou ontem mais um ‘avanço’ dentro do PSDB, consolidando sua ideia de prévias amplas e irrestritas no partido para a escolha do candidato a presidente em 2018.

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Depois de jogar na esquiva para evitar esse confronto, o governador Geraldo Alckmin cedeu e chamou Arthur para juntos escolherem a comissão das prévias.

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“Eu sou plenamente favorável que a eleição prévia seja com todos os filiados”, concordou Alckmin. “O PSDB dá sinais de um reencontro com a democracia”, completou Arthur.

 Ari homenageado

O conselheiro Ari Moutinho Júnior, que amanhã entrega o cargo de presidente do TCE, foi condecorado ontem pelo TRE-AM com a Medalha do Mérito Eleitoral. Este ano a medalha foi concedida a 23 personalidades, entre elas desembargadores e juízes.

 Congresso Amazônico

O ex-presidente do TCE Érico Desterro abriu ontem o ciclo de palestras do 3º Congresso Amazônico de Gestores Públicos. Falou sobre “Democracia e controle social nas políticas públicas brasileiras” para mais de 200 presentes.

 Sobre os militares

O governador Amazonino Mendes decidiu que os policiais militares a serviço da Assembleia ficarão até o dia 2 de janeiro. Segundo o vice-líder do governo Donmarques Mendonça, a decisão tem a finalidade de dar tempo para a casa organizar a devolução.  

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.