Compartilhe este texto

Cai mais uma vez o mito dos irmãos coragem


Por Raimundo de Holanda

30/10/2014 0h00 — em
Bastidores da Política



A renúncia do deputado Carlos Souza(PSD)  teve o objetivo de tirar do Supremo Tribunal Federal processo  que poderia, em tese, condená-lo. O mais grave é a acusação  de envolvimento com o crime organizado. Carlos diz que a ideia foi outra, mas sua decisão força o STF a enviar  para  a Justiça do Amazonas uma ação penal que já estava em pauta.  Ganha tempo o deputado, mas deixa de enfrentar de frente uma questão que não é um caso perdido. O processo, que começou com uma denúncia do Ministério Público é cheio de furos, causos e  “ouvi -dizer”, tudo colocado numa conta que o deputado nunca teve a necessária coragem de enfrentar de frente. O mito dos “irmãos coragem” cai  mais uma vez porque Carlos  na vida real não é o mesmo guerreiro que o seu programa exibe ou exibia.

SARNEY ACERTOU EM NÃO VOTAR EM DILMA

Sarney estava certo ao votar em Aécio no segundo turno. O PMDB já não é mais o aliado de confiança da presidente Dilma Rousseff.  Ontem o partido se aliou aos adversários da presidente para aprovar o Projeto nº 1491/14, derrubando o Decreto 4.283 que cria a Política Nacional de Participação Social e o Sistema Nacional de Participação Social, promulgado em maio deste ano. O Decreto articulava as instâncias de democracia representativa, participativa e direta, mas deixava nas mãos da Presidência a indicação dos membros e a forma de participação das instâncias sociais. A votação segue para o Senado.

AMAZONINO TAMBÉM NÃO VOTOU EM BRAGA

Bastou o cacique aposentado José Sarney ser flagrado votando no adversário da presidente Dilma, Aécio Neves, para as más línguas estenderem o caso para o Amazonas. Ontem houve quem garantisse que o cacique também aposentado Amazonino Mendes teria se “arrependido” e na última hora o dedo cravou o 90 de José Melo. A explicação é que não foi muito convincente. “Se o Sarney fez, porque o Negão não faria? Afinal, são gatos do mesmo balaio”.

TRAIÇÃO NO PC DO B

No PCdoB a briga pela vaga de deputado estadual se acirrou com a acusação de que a deputada eleita pelo partido, Alessandra Campelo, praticou infidelidade partidária durante a campanha eleitoral. Se o processo de queima de Alessandra vingar, quem assume em seu lugar é o sindicalista Josildo Oliveira, que teve pouco mais da metade dos 25.361 da deputada.

MAIS R$ 7.999,00. PARA PROMOTORES

Antes de comandar a votação da primeira pauta extensa (com 35 projetos) após o período eleitoral, o presidente Josué Neto anunciou que até o encerramento do ano legislativo todas as semanas haverá um dia para votação no plenário. “Vamos encerrar este ano legislativo com a pauta da casa enxuta e atualizada”, disse. O destaque na votação de ontem foi a aprovação do auxílio-moradia para os promotores estaduais, equivalente a um terço do salário. O benefício é de R$ 7.999,00. Pelo menos os homens da justiça não ficarão sem teto pra morar.

BISNETO X SINÉSIO

Ontem no plenário da Assembleia Legislativa os deputados Sinésio Campos e Arthur Bisneto quase foram ao mano a mano. Mas a coisa acabou ficando mesmo na graça da diferença de altura entre os dois. Na troca de farpas durante a discussão de um projeto de lei, os comentários fora do plenário eram sobre como se daria uma briga entre os dois, já que um tem o dobro da altura do outro. A aposta era que Bisneto colocaria a mão sobre a cabeça de Sinésio e o baixinho ficaria esmurrando o ar.

TÉCNICOS DO BB EXPULSOS PELO PRESIDENTE DA CPI

Quem se aborreceu pra valer foi o presidente da CPI da Pedofilia, deputado Abdala Fraxe. Na reunião de terça-feira à tarde a assessoria jurídica do BB quase foi expulsa da sala da CPI por ele. Os advogados chegaram com a negativa da diretoria regional do banco de fornecer os estratos bancários detalhados da prefeitura de Coari, alegando que seria quebra de sigilo. Irritado com as desculpas sucessivas, Fraxe partiu pra “ignorância”.

Do alto dos seus quase dois metros, Fraxe bateu com as duas mãos sobre a mesa e encerrou a reunião, mandando os assessores se retirarem do local. Desceu cuspindo fogo pra denunciar a “enrolação” no plenário, mas foi chamado de volta. Os advogados do BB concordaram com a exigência. Ontem a CPI foi prorrogada por mais 60 dias.

CONTRA ESTAÇÃO ECOLÓGICA

O deputado Sidney Leite (Pros) se insurgiu, na Aleam nesta quarta-feira, contra a criação da Estação Ecológica do Alto Maués (Esec-Maués) por decreto da presidente Dilma Rousseff e pediu ajuda do governo do Estado para reverter o processo de criação da estação sob o argumento de que naquele município já existem três áreas de preservação ambiental.

AUDITORIA NA SEINFRA

O Tribunal de Contas do Estado designou equipe para realizar inspeção  in loco na Secretaria de Estado de |Infraestrutura. Coordenada pelo analista Euderiques Pereira Marques, vão ser examinados documentos e obras citadas no processo nº 913/2012 a fim de que sejam regularizadas. A auditoria começa o dia 3 de novembro.

NEGÃO SEM BENEMERÊNCIA

O projeto do vereador Francisco da Jornada (PDT) de conceder o título de Cidadão Benemérito ao ex-prefeito de Manaus, ex-governador e ex-senador do Amazonas, Amazonino Mendes, foi questionado na Câmara Municipal de Manaus nesta quarta-feira pelo petista Bibiano Garcia que não quis endossar a iniciativa em função dos 18 processos que ele diz correrem contra o Negão. Mas quem brecou o projeto foi o vereador Massami Miki (PSL), que pediu vistas.

MULTA PARA SUJISMUNDO

O prefeito Artur neto sancionou lei que proíbe, a partir desta quarta-feira, 29, jogar resíduos sólidos na área central de Manaus, na Ponta Negra, nas principais praças do Centro histórico, Praça dos Bilhares (sic), Cidade da Criança e ao longo do Igarapé do Franco. Quem for flagrado desobedecendo poder ser multado em até 8 UFMs, cerca de R$ 630.

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.