Braga em final de carreira...
Os aliados esperavam muito do líder na primeira entrevista após a derrota na eleição para o governo do Amazonas. Mas o senador Eduardo Braga continua sem jogo de cintura. Disse, por exemplo, que respeita a decisão do povo de reeleger José Melo, mas saiu do pleito sem o gesto educado do telefonema de cumprimentos ao eleito. Também deixou claro que vai continuar tentando “anular” a vontade do eleitor no tapetão.
Braga insistiu no artifício de fazer as pessoas se sentirem culpadas pelo que ele próprio faz. Fez uma campanha de ataques e desmoralização ao adversário, mas culpa os “marqueteiros” de ficarem “preocupados com ataques pessoais”, em vez de discutirem soluções.
Por fim, revelou seu desprezo pelos adversários: “Eu não sinto mágoa deles, até porque mágoa a gente só sente de quem gosta”.
Durante 12 anos Braga chamou Omar Aziz de irmão e conviveu fraternalmente com José Melo. Ou foi só um engano?
Braga também reclamou que o marqueteiro de Melo fez do governador o “bonzinho”, enquanto construía sua imagem como se fora arrogante. Foi tudo o que ele foi na campanha e continuou sendo ontem, apesar do esforço quase extremo de parecer calmo e simpático. Precisa mudar ou vai enterrar uma carreira politica que há alguns meses parecia promissora.
DE PORRE POR ÓDIO A AMAZONINO
Até hoje ninguém sabe por que o então presidente do PMDB do Amazonas, vereador Fábio Lucena, indicou o nome de Amazonino Mendes para prefeito de Manaus. Nem Gilberto Mestrinho, que aceitou, sabia. Quatro anos depois, Amazonino saiu candidato a governador, venceu, mas teve o desprezo do já senador Fábio Lucena. Conta o jornalista Carlos Costa, que na véspera Fábio ligou para ele e falou: “Carlos Costa, escreve ai em tua coluna que não irei para a posse de Amazonino Mendes porque estarei de porre em Brasília”.
No dia seguinte, Fábio leu a coluna, não viu nada a respeito e ligou questionando: “Carlos Costa, li toda a sua coluna e não vi a nota que lhe pedi que colocasse no seu Jornal”. Carlos disse que não ficaria bem tal afirmativa para um senador, por isso não atendera ao pedido. Do outro lado da linha ouviu Fábio furioso: “Não foi um pedido. Foi uma ordem mesmo! Eu fiquei porre aqui em Brasília, só para não comparecer à posse deste ...”.
JOSAIR DECOLA COM CINCO A BORDO
O AirBus A380-800 da JosAir vai decolar com capacidade bem aproveitada. A TCETur já reservou passagens para cinco passageiros no próximo voo, com destino ao Rio de Janeiro e escalas em Belo Horizonte, Brasília e São Paulo.
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Para Belo Horizonte viajam Marcela Lacerda Lima e Osmani da Silva Santos, enquanto Pedro Augusto Oliveira da Silva vai para o Distrito Federal. Para São Paulo segue o auditor Mário José de Morais Costa Filho e Jorge Guedes Lobo passa uns dias na Cidade Maravilhosa. Estada e diárias à conta do contribuinte.
SERAFIM CORRÊA LANÇA LIVRO
O deputado estadual eleito e economista Serafim Corrêa convida a comunidade para o lançamento, no próximo dia 28, no Jevian Festas e Eventos, no Vieiralves, seu novo livro “Tributos: é mais fácil do que você pensa”.
ERROU O ALVO
O deputado Sidney Leite (DEM) teve sua possível indicação pelo governador José Melo (Pros) para chefiar a Sepror bombardeada pelo senador Eduardo Braga (PMDB), nesta sexta ao dizer que Leite não é da área. Além de prefeito de Maués, Leite já esteve à frente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), na gestão de Amazonino Mendes
ESPERADA QUEBRADEIRA GERAL
A crise está à porta. Grandes empresas e instituições como Petrobras e Caixa Econômica ameaçam “quebrar” empurradas pela corrupção desenfreada e pelo mau uso do dinheiro público. O setor imobiliário virou uma “bolha” muito semelhante à que provocou uma quebradeira geral na maior potência econômica mundial, os EUA, em 2008. O país agora desperta para uma realidade que estava escondida debaixo do tapete durante a campanha.
O alicerce da República está apodrecido e a frase emblemática de Karl Marx de que a história ocorre como tragédia e se repete como farsa, retrata bem este pós-eleição brasileiro. Resta saber se depois de tudo haverá esperança.
JOSUÉ NO GOVERNO
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Josué Neto, vai se tornar, nesta segunda-feira, depois de Gilberto Mestrinho, o político mais jovem a ocupar o cargo de governador do Amazonas. Ele é o primeiro na linha de sucessão do governador José Melo, que viaja a Brasília para compromissos partidários, visita a ministérios e uma homenagem na Polícia Federal, onde receberá comenda. Aos 39 anos de idade, Neto entrará para a história superando o feito obtido por Eduardo Braga, que chegou se elegeu governador aos 43 anos, em 2003.
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Só para lembrar:: ao ser eleito governador do Amazonas em 1958, Gilberto Mestrinho tinha apenas 30 anos..,
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.