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Eduardo Braga era parte legítima para reivindicar mandato. Não é mais


Por Raimundo de Holanda

06/09/2017 22h26 — em
Bastidores da Política



O senador Eduardo Braga era parte legitima para questionar o acórdão  do TSE que cassou o ex-governador José Melo em 04 de maio. Como segundo colocado nas eleições de 2014 era compreensível que pleiteasse a posse no cargo. Mas não o fez. Preferiu participar de uma eleição suplementar que ele considerava ganha.

A ideia era receber dos eleitores o reconhecimento de que perdera a eleição de 2014 porque, como alegara,   foi “roubado”. Não apenas perdeu novamente, como teve confirmada a rejeição do eleitorado.

Braga sofreu duas derrotas. A primeira para José Melo; a segunda para Amazonino Mendes e agora  caminha para o terceiro revés, ao se aliar aos que, por incapacidade eleitoral,  falta de coerência e descompromisso com o Amazonas  tentam se  apropriar do poder de forma açodada  e violenta.

O que Braga tenta ao ingressar com recurso no STF é mais do  que reivindicar um direito que ele sabe que não tem. O que ele faz é tentar suprimir do eleitor uma escolha já definida nas urnas. Uma vingança, talvez, por ter sido fragorosamente rejeitado.

Braga poderia estar tentando reconstruir sua imagem, duramente atingida pelas delações de executivos da Andrade Gutierrez,  que o acusaram de receber 10% de propina  das obras do Prosamim e da Arena da Amazônia.

A acusação pode ser leviana, mas desfigurou o senador enquanto homem público. E o que faz  Eduardo Braga? Tenta se apossar de um mandato que não é seu.

Lamentavelmente não entendeu o recado dado pelo eleitor no segundo turno da eleição suplementar (da qual participou).  Nem percebeu a gravidade dos problemas legais que o cercam. Não parece interessado em recuperar a imagem quebrada como um espelho.

PROPINODUTO DE LULA

Denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot apontam a Construtora OAS  de ter pago , indevidamente, R$ 27 milhões ao ex-presidente Lula em obras nos estados Alagoas, Pernambuco, Amazonas e Rio de Janeiro, entre 2004 e 2012.

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No caso do Amazonas, a propina envolve o gasoduto Coari-Manaus. Além de Lula, quem mais se refestelou com a propina no Estado ?  

‘MAUS CAMINHOS’

Em segredo de justiça, o MPF-AM iniciou processo de investigação sobre novas denúncias de irregularidades no sistema de saúde do Estado. As denúncias são do Denasus (Departamento Nacional de Auditoria) do SUS (Sistema Único de Saúde).

AMAZONAS É EXEMPLO

Conforme números do Governo Federal, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, situada às margens da BR-319, no Amazonas, é exemplo de preservação ambiental no País. Nenhum novo desmatamento ocorreu na reserva a partir de 2015.

FEIRA DE GASTANÇA

Segundo o Diário Oficial dos Municípios do último dia 31, o prefeito Nathan Macena de Souza, do Careiro Castanho, contratou, sem licitação, por R$ 300 mil, vários artistas nacionais e regionais para shows durante a XI Feira Agropecuária (Agropec). O evento começa amanhã (7) e vai até sábado (9).

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ASSUNTOS: Amazonas, Braga, STF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.