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Arthur estica a corda do reajuste


Por Raimundo de Holanda

04/05/2016 23h28 — em
Bastidores da Política



O prefeito Arthur Neto decidiu recorrer da decisão do STJ que derrubou liminar da justiça estadual que suspendia o reajuste concedido em abril para a passagem de ônibus em Manaus. Arthur age no interesse dos usuários, mas apenas protela uma medida inevitável. É forte a tese de que “todo mundo está vivendo no aperto e que manter a tarifa sem reajuste contempla o social" em detrimento do argumento contábil das empresas. Mas o aperto é geral. Mesmo com as concessões fiscais de estado e município, o sistema de transporte coletivo vai mal. Tão mal que há ônibus circulando fora  da idade permitida e literalmente quebrando. Ou o município intervém no sistema e promove mudanças drásticas ou exige investimentos urgentes, o que só será possível reajustando  a tarifa.  Esticar a corda do reajuste revela uma obsessão do prefeito em proteger os usuários, mas confirmado o aumento pela Corte Superior e mantida a decisão de anular  medida  adotada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, o reajuste    virá com efeito retroativo, o que será danoso para  os usuários.(RH)

PAU NELES

A inserção partidária do PSD ontem na tevê mostrou um questionamento forte do senador Omar Aziz a respeito da produção de petróleo no Amazonas. Para Omar, não é possível que num Estado que possui 1,57 milhão de quilômetros quadrados, “só exista um município onde se produz petróleo.” Ele se refere a Coari, que é o único produtor. Omar tem cobrado mais prospecção na região do Amazonas, que segundo técnicos da Petrobras tem potencial para outros campos de gás e óleo.

O MANAUSTURDUTO 

Uma condenação no valor de R$ 43,6 milhões, que três ex-gestores do Manausprev terão de devolver aos cofres da prefeitura de Manaus, recoloca o Amazonas no rol dos Estados onde grandes volumes de recursos públicos tomam destinos incertos e não sabidos. Os ex-dirigentes Sandro Breval Santiago, Mário Jorge Monteiro Novaes e Antônio José Guerreiro da Silva, ainda têm direito de recorrer da decisão e apresentar contrarrazões, mas a análise da relatora Yara Lins dos Santos deixa uma dúvida cruel sobre o destino de tamanha soma da previdência municipal.

SEM PRESTÍGIO

O ‘desprestígio’ dos deputados novatos nas comissões técnicas da Assembleia veio à tona ontem através do estreante Dermilson Chagas. Que mostrou descontentamento pelo fato de as matérias inerentes à sua comissão não serem relatadas por ele. “Não consigo ser relator de alguma coisa, tento, mas não consigo e não quero ser tratado dessa forma, não aceito, não quero isso, não admito isso. Isso não me parlamento.”

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Mais ponderado, Serafim Correa que entrou na cota da ‘renovação’ de 2014 pediu que a mesa deixe os projetos tramitarem normalmente, “não dá pra casa ser de poucos deputados.” Já Bi Garcia pediu mais respeito à autonomia das comissões e o veterano José Ricardo cobrou novamente mais debates sobre projetos do governo. O vice-presidente Belarmino Lins teve de acalmar os ânimos abrindo um canal para discussão da questão.

INDEPENDÊNCIA DO BC

Já tratado pelo mercado como ‘futuro presidente’, o vice Michel Temer planeja propor ao Congresso a independência do Banco Central, um sonho antigo do setor financeiro do país. Na mudança da instituição reguladora do mercado, caberia ainda um mandato dual, como no BC dos EUA e a não coincidência entre os mandatos no banco e na presidência da República. Isso reduziria a possibilidade do governo influenciar as decisões sobre as taxas de juros.

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ASSUNTOS: Manaus, prefeito arthur neto, tarifa de ônibus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.