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Aplicativo substitui juízes e linchamentos se propagam na tela do celular


Por Raimundo de Holanda

22/05/2018 21h10 — em
Bastidores da Política



Um aplicativo nos  moldes do Detector e Corrupção invade não só a vida das pessoas, mas a própria competência da Justiça de processar e julgar, condenar ou absolver, além de tornar público o resultado. Fere flagrantemente o principio da presunção da inocência.  O nome do aplicativo já é uma sentença - Detector  de Corrupção - para quem aparece ainda como investigado. 

Você pode baixar um aplicativo na internet, depois sair à procura de um político, fotografar o rosto dele com seu celular e app vai lhe dizer se ele é corrupto ou não, e depois pode ‘jogar’ na rede. Simples assim. Mas quem lhe dá o direito de ‘invadir’ e expor a vida de uma pessoa?

O problema não é só invadir a vida das pessoas e jogá-las a julgamento público na internet. A questão maior é que isso vem sendo feito com a permissibilidade do poder público.

O aplicativo “Detector de Corrupção” foi lançado pelo portal Reclame Aqui, para identificar políticos envolvidos em processos na Justiça. Com que ‘autoridade’ o site fez isso?

Ser contra a corrupção e a favor da transparência pública é dever do cidadão. Mas acima do dever do cidadão está o dever da Justiça de zelar pelo julgamento nas bases da legalidade.

Um aplicativo desses moldes invade não só a vida das pessoas, mas a própria competência da Justiça de processar e julgar, condenar ou absolver, além de tornar público o resultado.

 NOVOS MUNICÍPIOS

Com a previsão de votação nesta semana do projeto que autoriza a criação de novos municípios, na Câmara Federal, o deputado Josué Neto apontou ontem 14 distritos do interior que possuem condições para se emancipar, aumentando suas chances de desenvolvimento.

 QUALIDADE DE VIDA

O secretário municipal de Meio Ambiente, Antonio Nelson Júnior, foi buscar ontem no MMA, em Brasília, apoio às ações de monitoramento da balneabilidade nas áreas públicas de lazer de Manaus, já desenvolvidas pela Semmas, visando a qualidade ambiental hídrica da cidade.

 JOÃO DE DEUS

O trio de oposição - Zé Ricardo Lula, Alessandra Campêlo e Luiz Castro - decidiu   tomar para si a responsabilidade de chamar à Aleam o ex-secretário João de Deus para falar sobre o relatório ‘bomba’ que ele diz possuir sobre o pagamento por obras não realizadas na Seinfra.

MPF EXPLORAÇÃO OURO

A procuradora Ana Carolina Bragança do Ministério Público Federal no Amazonas determinou a abertura de inquérito civil para investigar os danos causados na exploração ilegal de ouro no rio madeira, em Humaitá. A procuradora investiga a responsabilização dos suspeitos Joilton Nobre da Silva, Arthur Henrique de Melo, Cleber Damacena Valadares, Luis Carlos Costa, Walis Cesar de Souza, Francisco Evilásio Bernardes, Everaldo Rodrigues Santos, Joabe Geraldi Damaceno e Sidnei Castelo Uliana. 

O BILHÃO DA EZO

O deputado estadual Sabá Reis (PR) apresentou requerimento na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) convidando o ex-gestor da Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), Nilson Cardoso, a esclarecer os termos do contrato de R$ 5 bilhões beneficiando a empresa Ezo Soluções, na gestão dele. 

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O contrato sem licitação foi feito durante a gestão do Governador Interino David Almeida (PSB) enquanto Cardoso era superintendente e teve pagamento suspenso pelo juiz da Primeira Vara da Fazenda Pública e de Crimes contra a Ordem Tributária, Ronnie Frank Torres Stone, devido a irregularidades. Reis parabenizou o governador Amazonino Mendes (PDT) pela formação de uma Comissão especial que visa apurar a situação.

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David Almeida apoiou a iniciativa e foi além, pedindo que o convite se estendesse também à equipe jurídica que orientou o ex-superintendente. “Pediria que incluísse em seu convite a equipe jurídica que orientou o Coronel e estou de acordo, subscrevendo o convite da vinda dele aqui”, afirmou Almeida.

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.