As ameaças do comandante Eron
O comandante Eron Bezerra bateu o martelo: vai fazer oposição ao governo José Melo. Não é uma questão ideológica, nem de princípios. Eron perdeu o seu quinhão, ao aderir a candidatura de Eduardo Braga. O camarada tem faro para o poder. Depois de derrotado para a Câmara Federal e ver o seu candidato ao governo cair no primeiro turno, Eron tentou compor com o governador José Melo no segundo turno. Enviou emissários, mas foi ignorado. Agora ameaça com o que ele chama de “organizações juvenis e comunitárias que nós dirigimos” . De fato, Eron sabe atrapalhar a vida da cidade com esses movimentos. Mas o PCdo B e seus apêndices juvenis, sindicais e etc é apenas uma confederação de interesses, sempre disposto a fazer acordos...
DESCONTENTAMENTO NO PMDB
Bons conselhos não faltam. E não haverão de faltar. Ouve a aceita que tem bom senso; rejeita o desatinado. Os aliados do senador Eduardo Braga, agora já de cabeça fria após a decepção da derrota para o governo, estão começando a encarar a história de 3º turno eleitoral como uma paranoia de quem não sabe perder. Para eles, Braga deve entender que ainda tem quatro anos de mandato de senador e que os interesses do Amazonas precisam voltar à sua agenda parlamentar, com urgência. Do contrário, ele poderá vir a ter uma nova decepção eleitoral.
SENADOR PRESSIONADO
Embora negue que tenha qualquer compromisso com o megaempresário Lirio Parisoto, seu segundo suplente, o senador Eduardo Braga vem sendo pressionado pelo gaúcho, que quer porque quer que o “amigo” cumpra a promessa de que ele, Parisoto, ficaria quatro anos no Senado.representando o Amazonas.
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Como Parisoto tem grandes amigos no governo Dilma, também está dando uma ajudinha para Braga assumir um ministério. Se isso ocorrer, segue o rito natural: Sandra Braga, primeira suplente e mulher do senador assume a vaga, mas se licencia do cargo para a posse de Parisoto como novo senador pelo Estado.
APOIO A JOSUÉ
A maior dificuldade para a oposição formar uma chapa para concorrer contra o deputado Josué Neto, já tido como candidato à reeleição com apoio da futura bancada governista na Assembleia Legislativa, é tirar votos do adversário. Outra dificuldade é compor uma chapa de consenso, uma vez que todo mundo quer uma vaguinha num dos sete cargos da mesa diretora. Até o momento são nove os oposicionistas e tem um nome que já foi forte quando era pertencia à bancada do governo: Belarmino Lins. Mas ele, junto com o irmão Átila, tem interesses junto ao governo estadual.
DILMA PROMETE ACABAR COM OS CORRUPTOS
A presidente Dilma se elegeu prometendo grandes mudanças no país. Ontem, no encerramento da cúpula do G20, em Brisbane, na Austrália, ela anunciou a primeira. Vai acabar com a impunidade dos corruptos, começando pelos que roubaram dinheiro da Petrobras e deixaram a empresa símbolo do país quase na falência. Só que a fala da presidente saiu meio embolada, como se somente agora, depois de anos de denúncias e investigações, ela descobrisse o óbvio: “Agora, têm pessoas que praticaram atos de corrupção dentro da Petrobras”.
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
Os novos membros da bancada federal do Amazonas estão defendendo o fim do financiamento de campanha eleitoral por empresas privadas. E querem que as pessoas físicas, ou seja, os cidadãos, paguem por meio de doações as despesas eleitorais dos seus candidatados. O projeto pode até ser aprovado, mas as pessoas meterem a mão no próprio bolso para pagar campanha política vai ser difícil. No amazonas, então, onde as despesas são milionárias, arrecadar R$ 30 milhões como neste ano (dados do TSE) será quase impossível.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.