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Advogados devem reagir contra intromissão de general em eleição da OAB-AM


Por Raimundo de Holanda

15/11/2018 20h18 — em
Bastidores da Política



O General Mourão, vice de Bolsonaro, fala demais e se mete em assuntos que não lhe dizem respeito, nem ao governo do qual fará parte a partir de 1o de janeiro. Essa intromissão na eleição da OAB-Amazonas é apenas mais uma prova de que o governo Bolsonaro tem a intenção de cooptar as instituições, não de respeitá-las. 

O vídeo que o general gravou pedindo votos para uma das chapas deve ser visto como uma perigosa inserção do militar em um assunto que só diz respeito aos advogados. 

A resposta virá, sem dúvida no voto e a melhor delas é um não a dupla que o general ostensivamente apoia.

É bom lembrar aos amazonenses que é  de Mourão a seguinte frase: "Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem (…) é oriunda do africano”.  Nessa eleição da OAB é preciso afastar a malandragem, que não tem cor, mas tem ideologia.

 A OAB é uma instituição da democracia e os advogados não podem dar ouvidos a um  general de Exército (que por acaso se tornou vice - presidente eleito), mas que por duas vezes este ano pregou a intervenção militar no País. 

PRIVILÉGIOS EM PAUTA

Os governadores eleitos querem ‘alongar’ os prazos para manterem os privilégios de uma casta de cidadãos denominados servidores públicos. Se o presidente eleito aceitar, os Estados terão mais 10 anos para se ajustarem ao limite de 60% dos gastos com pessoal exigido pela LRF.

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Hoje os estados estão afundados em dívidas e despesas com pessoal, um exército cada vez maior de servidores, que por serem concursados se acham no direito de pouco fazerem.

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Isso obriga governos a ‘incharem” suas folhas com novos concursos, para suprir órgãos onde cada vez mais pessoas trabalham menos e a máquina pública se fica cada vez menos eficiente.

PROCON AGE SOZINHO ?

O Procon Manaus está saindo às ruas sozinho para fiscalizar o cumprimento da lei que reduziu o preço da gasolina nas refinarias e que deve ser repassado para o consumidor. Mais de 70 postos já foram notificados, porque simplesmente não deram a mínima o direito do consumidor.

Mas a ação deveria partir de uma força-tarefa de todos os órgãos de defesa do consumidor, nas três esferas de poder, uma vez que a questão passa por município, estado e união.

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ASSUNTOS: Bolsonaro, eleição=-OAB-AM, general Mourão

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.