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Projeto permite passear por três mil imagens que contam a história do Rio

Por Agência O Globo

29/07/2016 3h52 — em
Arte e Cultura



RIO — A ideia parecia boa para os entusiastas de arte. Mas nem todo mundo comemorou quando o Google lançou, há cinco anos, um site que compilava obras de alguns dos maiores museus do mundo. Usando a tecnologia do Street View e reunindo imagens em altíssima resolução, a ideia era permitir que o usuário fizesse um passeio virtual pelos acervos de instituições como a Tate Gallery, em Londres, e o Metropolitan Museum, em Nova York. A pergunta era: será que o projeto, intitulado Google Art, poderia substituir a experiência analógica de visitar museus?

Segundo representantes do Google no Brasil, não. A ferramenta agora chega ao Rio pelo Instituto Cultural da empresa, na forma de um maciço material disponível a partir desta sexta-feira em parceria com oito instituições ou artistas. O conteúdo está disponível no site e no aplicativo do Google Arts & Culture.

— Como em qualquer inovação, muita gente ficou em dúvida, mas as próprias instituições passaram a ver que acontece o contrário: a experiência digital dissemina cultura, e as pessoas se sentem mais encorajadas a visitar os museus pessoalmente — defende Alessandro Germano, diretor de Parcerias Estratégicas do Google Brasil. — Mesmo assim, ficamos positivamente surpreendidos por não ter encontrado nenhum tipo de resistência por parte das instituições cariocas. Com o tempo, o conservadorismo desapareceu.

Cerca de três mil imagens, entre fotografias, telas e exposições inteiras, foram compiladas digitalmente a partir das fontes, responsáveis pela curadoria de seus próprios acervos. Entraram no projeto Museu do Amanhã, Instituto Moreira Salles, Santuário Cristo Redentor, MAM, Teatro Municipal, a Secretaria municipal de Conservação, o Instituto Elifas Andreato e o cartunista Ziraldo — que apresenta uma visita guiada pelos seus próprios desenhos.

Entre os destaques, uma pintura encontrada no Teatro Municipal e recentemente atribuída a Eliseu Visconti (1866-1944). Também estão incluídos no pacote os chamados tours virtuais, nos quais o usuário, usando um — um aparelho de realidade aumentada disponível para compra na internet —, passeia por pontos turísticos da cidade.

— É um momento especial para o Rio, por causa da Olimpíada. Sabemos da diversidade e do potencial da cidade, dos conteúdos narrativos que podemos mostrar para o mundo inteiro. E eles vão muito além dos cartões-postais óbvios — diz Germano.

Ele se refere, por exemplo, às favelas. Uma seção dentro do projeto Além do Mapa, realizado em parceria com agentes culturais, pretende mostrar fotos e vídeos das comunidades cariocas e conta com o primeiro Street View feito numa favela no mundo: o Morro de São Carlos. Também revela histórias como a de Ricardo, da Rocinha, que dá aulas de surfe para crianças e adolescentes. E do bailarino Luis Fernando Jr., morador do Complexo do Alemão. Ele descobriu a dança por meio de um videogame e começou a fazer aulas. Quebrou padrões, e hoje é um dos principais bailarinos do Corpo de Baile do Teatro Municipal.

— Fizemos uma pesquisa e descobrimos que as associações que as pessoas faziam com as favelas eram muito negativas, mas, depois de conhecê-las, as reações positivas cresciam 312% — destaca Luiz Guilherme Brandão, gerente do Projeto Favelas do Google Brasil.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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