Vamos direto ao ponto: considero que o jurista Délcio Santos não reúne as necessárias condições de isenção para julgar ...
Por Arthur Virgílio Neto
Dirijo-me ao desembargador Mauro Bessa, que redigiu nota respondendo ao post que publiquei ontem nesta página. Não me citou o nome, mas escreveu para mim. Os estilos é que são diferentes. Sou sempre claro e, portanto, que não paire dúvida nenhuma quanto a ser para ele que me dirijo neste momento. Para começar, então, esclareço que primeiro cumpri o expediente de prefeito para, a seguir reportar-me ao magistrado em tela.
Sua excelência falou em ausência de provas, usando termos pouco corteses como "maledicência", "demagogia", “achaques”, além de menoscabar a capacidade de julgamento das pessoas mais humildes, que seriam, pela análise singela que fui forçado a ler, "ignorantes", tendentes a vender votos e presas fáceis da insinceridade política. Não é assim que penso. E quanto à compra de votos, sou vítima tradicional dessa prática nefanda, conforme o próprio desembargador, mesmo observando segredo de seita secreta, haverá de reconhecer.
O desembargador fala em “provas”. Será possível que desconheça a umbilical ligação de seu colega Délcio Santos com o candidato derrotado Eduardo Braga? Advogado do senador por cerca de 15 anos, amigo pessoal, visto como articulador da chapa perdedora nas manobras dentro do Tribunal Eleitoral? Aliás, registre-se que, em nenhum momento, esbocei qualquer palavra ou frase que agravasse o TRE. Referi-me, isto sim, ao advogado Délcio, à presidente Socorro Guedes e ao desembargador Bessa.
O desembargador, por sinal, em nenhum momento desagravou Délcio Santos. E, de minha parte, no tocante a ele e Socorro Guedes, apenas manifestei preocupação com os insistentes e corriqueiros comentários, que correm nos corredores na Corte, da boca de advogados de todos os matizes. Tais comentários tratam do que seriam os laços da segunda com a família de Braga e mencionam que Mauro Bessa teria um voto pronto para fulminar Melo na hora que lhe parecesse a mais adequada. Duvido que tais "boatos" não tenham chegado aos ouvidos sensíveis do magistrado. Duvido mesmo. Até porque chegaram aos meus, que não frequento o Tribunal, na mesma medida em que não aceito golpes de mão, que o são precisamente porque violentam a vontade popular e passam por cima da verdadeira justiça, que é a justiça justa.
Vamos direto ao ponto: a) considero que o jurista Délcio Santos não reúne
as necessárias condições de isenção para julgar qualquer processo que possa beneficiar ou prejudicar o sr. Eduardo Braga; b) se algo consistente me viesse às mãos contra os desembargadores Bessa e Socorro, iria diretamente ao Conselho Nacional de Justiça, na qualidade simples e altiva de brasileiro, solicitando a investigação isenta que é a norma do CNJ. Ambos me conhecem e sabem que não uso terceiros para falar por mim. Minha consciência governa o que escrevo e digo.
E procuro empregar palavras simples, exatamente para que minhas intenções sejam entendidas à primeira leitura. Não sou de deixar quem me ouve ou lê no “solipsismo" que, sem dúvida, serve para tirar a solidão dos dicionários e minorar um eventual ostracismo dos dicionaristas.
Para mim, por sinal, quem ficou no “solipsismo" do voto popular deve ficar à espera da próxima eleição ou abandonar a vida pública. E os julgadores de honra verdadeira e não apenas anunciada não devem permitir o menor arranhão à credibilidade de suas togas…ou a injustiça e a iniquidade prevalecerão.
Boa noite
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