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Municípios do interior avaliam formação e resultados do Pnaic Amazonas

Por Portal Do Holanda

21/04/2015 21h33 — em
Amazonas



A alfabetização Matemática utilizando recursos materiais do dia a dia das crianças, de modo a tornar os diretos de aprendizagem  uma realidade durante a disciplina ao final do 3º ano do ensino fundamental foi o principal ponto de reflexão e discussão de professores, orientadores de estudos e coordenadores de nove municípios do Amazonas, presentes no encerramento das atividades do segundo ano do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa, no último dia 11. O primeiro ano do programa, realizado em 2013, foi sobre Letramento e Alfabetização.

Promovido e realizado pelo Centro de Formação, Desenvolvimento de Tecnologia e Prestação de Serviço para as Redes Públicas de Ensino da Ufam, o evento reuniu professores como Nilson Jander Melo, Edilamar de Castro Gatto e Darlana Domingues Vilhena, de São Sebastião de Uatumã. Edilamar destacou a inovadora metodologia do Pnaic para despertar a atenção e o interesse das crianças e facilitar a aprendizagem. “É prazeroso ver as crianças aprenderem a Matemática de forma lúdica e entendendo o significado para a vida das quatro operações”, disse ela.

Darlana Vilhena assegurou que teria tido menos problemas para entender a disciplina se tivesse tido, na sua época de criança, essa metodologia aprendizado, enquanto Nilson Melo lembrou os resultados na melhoria do aprenzidado das crianças venceu a resistência inicial de alguns dirigentes e profesores à metodologia do programa. “As aulas ficam mais agradáveis porque antes de programa, mais de 80% das crianças temiam a Matemática”, argumentou a professora Maria de Fátima de Souza Costa, de Presidente Figueiredo.

A professora Yara Jeane de Oliveira, de Apuí, foi outra e elogiar o programa pelo potencial transformador. “Os resultados trazem mudanças tanto na prática do professor, que passa a trabalhar a criança como um todo, quanto para o aluno, que aprende mais. Temos que encantar os nossos alunos e para isso, sermos capacitados, que é o que o Pnaic está fazendo, com bons resultados”, garantiu.

O professor do Instituto de Ciências  Exata da Ufam, Domingos Anselmo, 51, aponta o programa como um divisor de águas no ensino desta área do conhecimento. Ao demonstrar que com uma simples brincadeira de roda como aquela na qual os participantes cantam “Atirei o pau  o gato” pode acontecer o ensino da Matemática, Anselmo cita inúmeras situações do dia a dia que podem ser contextualizadas como momentos para se fazer contas.

 Ao lembrar que a ida para a escola de uma neta criada por ele o levou a refletir sobre a forma como a Matemática era ensinada, Anselmo passou a entender as razões da evasão de mais de mil alunos aprovados para a disciplina anualmente na Ufam. “É preciso ter mais cuidado com o ensino da disciplina, do contrário, vamos continuar afastando nossas crianças da Matemática por fazê-la ser um monstro”, explicou ele, mostrando materiais como tampas de garrafas plásticas usadas para ensinar a fazer contas nas quatro operações matemáticas. 

No Ciclo de alfabetização, as crianças precisam ser ativas na sala de aula, sendo estimuladas a manipular objetos, construir e desconstruir sequências, comparar, medir,  classificar e modificar sequências estabelecidas por padrões. Essas atividades são amplamente mobilizadas pelo uso do próprio corpo como referência para contagens e medições, pelo uso de jogos, materiais diversos e livros de literatura já distribuídos pelo MEC e presentes nas escolas, diz o texto do programa do Ministério da Educação.

A coordenadora do Pnaic no Amazonas, professora doutora Zeina Rebouças Correa Thomé, da Faculdade de Educação da Ufam, chama a atenção para a necessidade das universidades investirem na formação dos professores de forma a despertá-los para a necessidade de buscarem novas metodologias de ensino. “O Pnaic surge do alinhamento das redes federal, estadual e municipal de ensino. E o sucesso das ações depende do comprometimento de cada uma dessas esferas na adoção de novas metodologias, mediações didáticas e tecnologias de ensino”, disse Zeina, lembrando a urgência dessas ações para  mudar a realidade das escolas na atualidade. Para ela, esse não deve ser um compromisso da presidente da República, do governador ou prefeito do momento, mas de todos os envolvidos no processo da educação formal.

O Pnaic este ano de 2015 entra na sua terceira e última fase tratando de conteúdos e metodologias para o ensino de ciências humanas e da natureza, mas ele não acontece em todos os municípios por depender do gestor municipal aderir ao programa e às ações. Todos os municípios que optaram por participar das ações tiveram melhorias nos resultados dos exames como do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e Avaliação Nacional de Alfabetização.


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