A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde, aplicou entre 2011 e 2014 aproximadamente R$ 5 milhões na área de Ensino e Pesquisa – entre auxílio pesquisa e bolsas - , permitindo o desenvolvimento de projetos importantes, como a instalação da primeira Sala Cirúrgica Inteligente do Norte do País - em fase final de implantação -, e a ampliação da produção científica relacionada à oncologia, fortalecendo o setor.

O aporte financeiro foi concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas, a partir de editais lançados ao longo dos 48 meses, destacou o diretor-presidente da Fundação Cecon, pneumologista Edson de Oliveira Andrade. Ele explica que a arrecadação financeira é feita a partir de convênios e Termos de Outorga, o que reforça cada vez mais a parceria com a Fapeam.

Segundo a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, Dra. Kátia Luz Torres, o valor subsidiou diferentes atividades, entre elas o Programa de Apoio à Iniciação Científica, eventos como o I e o II Congressos Pan Amazônicos de Oncologia (2011 e 2013) – que reuniram milhares de profissionais e acadêmicos da área da saúde -, além de pesquisas que passam pelas mais diversas áreas do conhecimento.

“Os projetos foram desenvolvidos a partir do esforço de uma equipe que conta com 17 mestres, 12 doutores, mais de 100 bolsistas, além de colaboradores, uma vez que cada acadêmico inserido no Paic conta com o apoio de pelo menos outras duas pessoas (orientadores, profissionais e universitários)”, explica Kátia Torres.

De acordo com dados da Diretoria de Ensino e Pesquisa, houve uma evolução significativa no repasse de valores via convênio, entre 2011 e 2014. No primeiro ano, foram R$ 148,8 mil e, no último, R$ 3,6 milhões. Um dos projetos que exigiu maior volume de recursos, foi a Sala Inteligente, que atualmente está sendo montada na instituição.

Ela envolve espaços como um auditório para a transmissão das imagens durante as cirurgias, a partir da Telemedicina; um espaço específico no Centro Cirúrgico do hospital para procedimentos minimamente invasivos, adaptado para receber equipamentos de ponta, com alta tecnologia; além de uma sala menor, em formato de miniauditório, para o público da FCecon e Instituições de Ensino. No total, foram R$ 3.750.504, dos quais R$ 600 mil foram repassados em 2.013 e o restante, ano passado. O projeto foi financiado através do programa ProEstado, da Fapeam e recebeu também aporte financeiro da Universidade do Estado do Amazonas com apoio da SECTI.

“Outro programa por meio do qual a FCecon foi contemplada é o Universal Amazonas, também voltado para as pesquisas. Ele apoia linhas de pesquisas específicas, desenvolvidas no âmbito da Fundação”, destaca. Neste caso, o objetivo é ampliar a produção científica tecnológica e de inovação de pesquisadores vinculados as Instituto de Pesquisa IPES, visando maior participação no sistema nacional de CT&I. Outro apoio fornecido pela Fapeam diz respeito à produção e à publicação de artigos científicos de revistas renomadas no meio. A partir dele, pesquisadores de fora dão o suporte para que os artigos ganhem os moldes necessários às publicações, com o custeamento do processo através do Programa de Apoio à Publicação de Artigos Científicos.

Eventos e Projetos

Outros projetos desenvolvidos no âmbito da FCecon, a partir do recurso, são: as Semanas Amazonenses de Enfermagem, Simpósio Amazonense de Oncologia Cutânea, e o estudo baseado em uma técnica inédita no Brasil para a realização de exames preventivos de colo uterino por meio de autocoleta, que está sendo testada de forma pioneira, em mulheres residentes comunidades ribeirinhas de Coari. Neste último projeto o objetivo é rastrear a presença do HPV, principal causador do câncer de colo uterino e de lesões precursoras do câncer.

“Temos um projeto ainda em andamento, que permitirá a montagem do Laboratório de Biologia Molecular na FCecon. A partir dele, poderemos iniciar novas pesquisas, como as relacionadas aos vírus oncogênicos – que participam da transformação celular -,como o HPV e o EBV, além dos tumores de cabeça e pescoço, que já estão em andamento a partir deste fomento”, explicou.