A Prefeitura de Manaus iniciou na noite de quarta-feira, 30, a transferência de mais de 300 trabalhadores do comércio informal para a Galeria Espírito Santo. Destes, 179 trabalhadores atuavam nas ruas Henrique Martins, Eduardo Ribeiro e proximidades, e mais de 200 estavam trabalhando provisoriamente no camelódromo da rua Floriano Peixoto, desde março, quando deixaram as avenidas Eduardo Ribeiro, 7 de Setembro e proximidades. Coordenada pela Secretaria Municipal do Centro (Semc), a força tarefa montada pela prefeitura envolveu diversas órgãos como Seminf, Semulsp, Manaustrans, Sempab, Guarda Municipal e Polícia Militar.

O trabalho foi acompanhado de perto pelo prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, que não escondia sua emoção em ver se transformar em realidade um de seus principais compromissos de governo. “É um momento histórico para a cidade e para os trabalhadores”, afirmou o prefeito, destacando que os agora ex-camelôs deixam a informalidade para se transformar em microempreendedores, com todo o suporte oferecido pelo poder público.

"A prefeitura já investiu bastante, mas vai investir o que for necessário para dar a esses trabalhadores o respeito que eles merecem”, destacou.

Artur adiantou que agora a hora é de avançar com os trabalhos para devolver à população um Centro Histórico rico em belezas e negócios. “Vamos dar à cidade a fisionomia que ela merece para trabalharmos o turismo, termos as ruas do Centro desobstruídas e vermos os próprios empresários revitalizando o comércio”, disse.

O momento histórico vai ficar gravado na memória da vendedora Deuza Farias, 53. Emocionada, ela não se conteve e chorou ao se despedir da barraca, onde trabalhou por 18 anos. "É um momento de muita alegria. Aqui vivi quase 20 anos, por aqui fica toda uma história, que a partir de agora vai recomeçar a ser contada bem mais feliz", afirmou ela.

Para o secretário municipal do Centro, Glauco Francesco, que acompanhou a ação, esse é um passo importante para a cidade. “Essa primeira etapa da realocação para a galeria que deve inaugurar na sexta-feira, vai propiciar a muitos comerciantes o conforto de trabalhar num local com toda a estrutura necessária, sem passar pelo perigo que era trabalhar nas ruas”.

Enquanto aproximadamente 50 barracas eram removidas por empilhadeiras e depositadas em caminhões da Seminf, os trabalhadores já retiravam suas mercadorias para levarem às suas lojas, na galeria Espírito Santo. A remoção das barracas e a transferência dos trabalhadores aconteceram de forma ordeira, sem nenhum incidente. Parte do material metálico das barracas será reciclado pela Semulsp, para a confecção de placas de sinalização e lixeiras.

A Semulsp atuou com um efetivo de 150 agentes, coletando todo o lixo gerado, fazendo a varrição do local e finalizando com a lavagem da rua Henrique Martins após a desobstrução da via.

Ganchos chumbados no chão da rua Henrique Martins que antes afixavam as barracas foram removidos para evitar acidentes. Para impedir o retorno dos comerciantes às vias, a Secretaria Municipal de Feiras, Mercados, Produção e Abastecimento (Sempab) vai atuar com fiscalizações diárias em toda a área desobstruída.

De acordo com o Subsecretário Municipal de Limpeza Pública, José Rebouças, a prefeitura está empenhada em valorizar as vias, deixando-as livres e limpas nas primeiras horas da manhã.

Foto: Altemar Alcântara/Semcom