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Comédia Desesperados traz Marcos Majella e grande elenco a Manaus

Por Portal Do Holanda

25/02/2017 9h17 — em
Agenda Cultural


Foto: Reprodução

Manaus/AM - “Desesperados” é a uma comédia dirigida por João Fonseca. Escrita por Fernando Ceylão, ela narra as desventuras de Bia e de Marcondes em dias preenchidos por mais de quatro dezenas de outros personagens tão desesperados quanto eles. Marcus Majella, Pablo Sanábio e Pedroca Monteiro, esse último indicado ao Prêmio APTR de Melhor Ator Coadjuvante de 2016, estão no elenco em atuações engraçadíssimas que revelam, além disso, suas vastas variedades expressivas aqui disponíveis. A peça estreou na última sexta-feira, dia 17 de fevereiro, no Teatro Abel, em Niteroi (RJ), e segue para Americana (SP) e Manaus (AM), no Studio 5 Centro de Convenções, no dia 18 de março.

 O depoimento de Bia é, no mínimo, impactante. Segundo ela, a peça Desesperados, a salvou de uma tentativa de acabar com a própria vida. Ainda que seja exagero de estrela, a moça, nascida da imaginação do autor Fernando Ceylão, garante que veio com tudo para, junto com seus companheiros de cena, fazer a plateia morrer de rir. No total são mais de 40 personagens que se esbarram e ganham vida em diferentes esquetes.

Com uma carpintaria mais do que elaborada, o espetáculo permite, numa única cena, várias trocas de papel. Para tanto, o autor lançou mão da criatividade e chegou a um recurso de fácil entendimento: tarjas com nomes dos personagens coladas no peito de cada ator, que podem ser trocadas a qualquer momento.

 Com a direção do experiente João Fonseca, a peça pode ser vista de duas maneiras: como uma divertida peça de esquetes; mas também como uma única peça. Isso porque ao assistir o espetáculo, você vai entendendo que o personagem de um esquete aparece em outros esquetes e, assim vamos acompanhando a trajetória deles. Cada um desses esquetes tem início, meio e fim e poderia ser apresentado isoladamente. Porém, a costura do espetáculo os transforma nuns quebra cabeças elaborados que resulta em uma trama maior. O texto fala de solidão, de encontros, desencontros e vida no mundo moderno, mas tudo de uma maneira bem divertida.

A direção de João Fonseca, contribuindo com a proposta do texto, faz com que o jogo entre os atores na encenação assuma o seu protagonismo no argumento. Os três atores – Sanábio, Majella e Monteiro – dão vida aos mais de quarenta personagens de “Desesperados” por meio de composições corporais e vocais, mas essas são bastante ajudadas por um elemento cenográfico: placas com indicações verbais das figuras interpretadas e dos objetos participantes. Durante o espetáculo, os intérpretes colam (e descolam) no próprio corpo palavras que, em primeiro momento, ajudam o público a compreender a evolução dos quadros, mas depois se tornam o próprio quadro.

O cenário de Daniel de Jesus cumpre movimento similar às placas na construção do sentido de “Desesperados”. Inúmeras mesas e cadeiras de plástico vermelhas, compondo um fundo e invadindo o palco na composição das cenas, ajudam a destacar os personagens vestidos de preto em panorama essencialmente da mesma cor. Porém, elas dão a ver uma espécie de teia em que os inúmeros personagens estão envolvidos, essa um sistema que, mesmo fora da ficção, é capaz de fazer todos se desesperar. Consequentemente, o cenário assim aponta o heroísmo de quem mantém a sanidade em meio ao caos. A peça tem figurino da Reserva, luz de Daniela Sanchez e trilha sonora de Carol Portes, essa que assina também a assistência de direção. Vale destacar a coreografia de Clara da Costa em uma deliciosa brincadeira dessa peça com o filme “La La Land”.

 Os três intérpretes oferecem ótimas atuações, valorizando as intenções, o jogo da comédia, o fluxo cheio de quebras da narrativa e sobretudo o vibrante diálogo com o público. Cheio de carisma, o trio traz a atenção da audiência e a sustenta ao longo de toda a sessão de modo elogiável. Sai-se do teatro, levando para casa seus personagens favoritos e suas piadas preferidas, o que marca o alcance do objetivo com sucesso na defesa de valores estéticos.

 


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