Manaus/AM - Com hospitais públicos sem capacidade de atender mais pacientes no Amazonas,  cidadãos estão recorrendo à Justiça para que o governo do Estado banque a internação em UTIs de hospitais particulares. Segundo uma reportagem da Folha de São Paulo, pelo menos duas decisões judiciais foram emitidas no sábado (18), obrigando hospitais privados a manter em suas UTIs pacientes que pedem que o governo do Amazonas custeie a internação.

Um desses casos é o do funcionário público Boaventura Ferreira Avelino, que apresentou sintomas como falta de ar, febre e dores no peito no domingo de Páscoa (12) e recebeu a negativa de internação de três hospitais públicos. A família o levou ao hospital particular Santa Júlia, onde ele passou por exames e foi constatado o comprometimento dos pulmões, sendo internado em seguida. No dia 16, Boaventura foi internado na UTI, onde permanece ate agora. Com R$ 50 mil sendo cobrados a cada três dias de internação, a família recorreu à Defensoria Pública do Estado do Amazonas para dar entrada na ação pedindo que o governo banque os custos da internação. Em caráter liminar, o juiz de plantão Francisco Carlos de Queiroz determinou que a unidade de saúde mantenha o funcionário público internado, sob pena de multa caso a decisão não seja cumprida. 

Já a decisão sobre o custeio do Estado à internação deve ser decidida pelo juiz efetivo. Ainda segundo a Folha de São Paulo, no mesmo dia, outra decisão do tipo aconteceu, com o mesmo hospital, também por um paciente com suspeita de Covid-19. O Hospital Santa Júlia chegou a tentar transferir o paciente para o 28 de Agosto, mas a unidade de saúde pública pediu expressamente que ele não fosse encaminhado para lá, alegando falta de profissionais para atender a demanda, além de falta de oxigênio para os pacientes. Sendo assim, o paciente foi internado na UTI privada.